ANGELA JORDÃO
A agropecuária pode ser considerada o motor da econômica brasileira em 2025. Impulsionada por uma safra recorde de grãos, com destaque para a soja, o setor registrou alta de 12,2% no primeiro trimestre do ano, em comparação ao último trimestre de 2024. Esse desempenho foi fundamental para o crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional no período, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o crescimento do setor agropecuário chegou a 10,2%, enquanto o PIB total avançou 2,9%. Já os demais setores — indústria (-0,1%), comércio e serviços (ambos com 0,3%) — mantiveram-se estáveis, evidenciando o protagonismo do campo no avanço econômico recente.
Os dados foram analisados pelo Boletim Mensal da Conjuntura Econômica do Instituto de Mato-grossense de Economia Agropecuária, divulgado dia 09 de junho.
O bom momento do agronegócio também se reflete no mercado de trabalho. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), o Brasil registrou taxa de desocupação de 6,6% no trimestre encerrado em abril, o menor nível para esse período desde 2012. O total de pessoas ocupadas chegou a 103,3 milhões, um crescimento de 2,4% frente ao mesmo período do ano anterior.
O rendimento médio mensal real dos trabalhadores subiu 3,2%, alcançando R$ 3.426,00. No setor agropecuário, a elevação da renda foi ainda mais expressiva, com aumento de 6,1%, resultando em R$ 2.158,00 mensais. A taxa de informalidade, por sua vez, caiu para 37,9%, mantendo a trajetória de desaceleração iniciada há três anos.
Mato Grosso
Em Mato Grosso, o maior estado produtor agrícola do país, os números reforçam essa tendência. Somente em abril, o setor agropecuário foi responsável pela geração de 432.596 empregos, consolidando sua importância como motor do crescimento regional e nacional.
No plano macroeconômico, o aquecimento do mercado de trabalho e o aumento da renda têm impulsionado o consumo das famílias, que cresceu 1,0% no primeiro trimestre. Essa demanda, porém, mantém pressão inflacionária, motivo pelo qual a taxa Selic permanece em 14,75% ao ano. A inflação, medida pelo IPCA-15, ficou em 0,36% em maio, com maiores altas nos grupos de Vestuário (0,92%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,91%). O acumulado dos últimos 12 meses chegou a 5,40%.
Ainda em maio, a cesta básica em Cuiabá (MT) apresentou queda de 2,51%, fechando o mês com média de R$ 860,52, puxada pela expressiva redução de 26,21% no preço do tomate. Já o dólar Ptax (média ponderada das cotações do dólar em quatro momentos específicos do dia) teve média de R$ 5,67, registrando uma queda mensal de 2,01%, influenciada por um acordo comercial entre Estados Unidos e China, além do atual nível elevado da taxa de juros brasileira.
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