LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
O presidente do Mixto Esporte Clube, Éder Moraes, afirmou que a decisão da juíza Laiz Alcântara, do Núcleo de Conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT), que determinou o bloqueio das contas do clube e da empresa M.S. Produções Artísticas, do empresário Mário Zeferino, no valor de R$ 1,1 milhão, foi “incabível e não vai gerar nenhum efeito prático”.
“A decisão da juíza eu respeito em nome do Judiciário de Mato Grosso, mas ela é esdrúxula”, disse.
Os bloqueios foram determinados após prestação de contas do empresário a Justiça Trabalhistas sobre os gastos e a renda do jogo entre Mixto e a equipe paulista Santos Futebol Clube, realizada no dia dois de abril.
A renda deveria ser toda revertida para o pagamento de dívidas trabalhistas, conforme decisão judicial, mas o valor foi utilizado, cerca de R$ 400 mil para o pagamento dos salários de fevereiro e março da equipe do Mixto, além de fornecedores.
“A decisão da juíza é uma forma de pressão que não cabe mais em pleno século 21. E a gestão do clube como fica? Qualquer um em sã consciência não iria direcionar o recurso e dar o calote em mais de 500 fornecedores e não pagar o salário dos jogadores. A própria Justiça do Trabalho fala que pagar salário é prioridade e nós fizemos isso. Pagamos duas folhas a de fevereiro e a de março e efetuamos o pagamento de fornecedores que estavam executando o Mixto”, disse.
O presidente do clube destacou que as dívidas que são objetos da disputa judicial foram adquiridas em gestões passadas e ele "não pode penalizar os atuais funcionários do clube e atrasar os salários de quem está trabalhando e deixar crescer ainda mais os débitos trabalhistas".
“Não sou Deus e nem salvador da pátria. Não vou resolver tudo. O que foi possível entregar a Justiça nós entregamos. A prestação de contas foi feita. Agora a decisão está sendo analisada pelo setor jurídico da empresa, que é composto por quatro advogados, que verificam detalhe por detalhe do que foi decidido pela juíza ”, explicou.
Ameaça velada
Segundo Eder Moraes, a decisão seria uma espécie de “ameaça velada”.
“Não vão conseguir fechar as portas do clube. Nós não vamos deixar. Comigo esse tipo de pressão não funciona. E essa decisão é arbitrária na sua integralidade”, ressaltou.
Ainda segundo o dirigente, ele não descarta fazer uma representação contra a magistrada. “Se o jurídico entender que cabe uma representação eu vou fazer. Esse tipo de atitude não me assusta”, frisou.
Entenda o caso
Em março deste ano, antes da partida entre Mixto e Santos, foi determinado que todo o valor arrecadado com o jogo entre Mixto e Santos fosse depositado em conta judicial para o pagamento de dívidas trabalhistas. O acordo foi firmado pela Justiça com o empresário Mário Zeferino, que foi o gestor do jogo.
Na época, a Justiça entendeu ser melhor não sequestrar a bilheteria, porque muitas empresas que haviam sido contratadas para realização do jogo poderiam ser prejudicadas. Sendo assim, todo o valor que seria devido ao Mixto deveria ser remetido à Justiça para o pagamento das execuções que estão em andamento.
De acordo com um levantamento preliminar da Justiça as dívidas trabalhistas com os juros seriam de quase R$ 1 milhão.
Após a prestação de contas feita pelo empresário, da verba gasta e arrecadada com o jogo, a Justiça entendeu que o valor foi insuficiente e houve descumprimento de decisão, ao empresário ter repassado R$409.283,91 ao Mixto.
Na decisão da juíza Laiz Alcântara, do Núcleo de Conciliação do Tribunal do Trabalho, que determinou o bloqueio das contas, do Mixto o valor que dever ser retirada da conta é de R$ 631.381,28. Já com relação à empresa, o valor devido é de R$ 535.560,16.
Veja o que já foi publicado sobre o caso
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Empresário tem até sexta para prestar contas de jogo
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