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JUSTIÇA Terça-feira, 21 de Abril de 2015, 10:58 - A | A

21 de Abril de 2015, 10h:58 - A | A

JUSTIÇA / CRÉDITOS DE HOSPITAIS

“Se houver malandragem, vamos escancarar”, diz juiz

Tulio Duailibi aguarda resultados de auditorias que questionam valores milionários pedidos por hospitais

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



No final de janeiro deste ano, o então presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Orlando Perri, pediu que fossem feitas auditorias em 48 processos judiciais envolvendo quantias milionárias pedidas pelo Hospital São Mateus (R$ 6,61 milhões) e Hospital Santa Rosa (R$ 5,91 milhões).

Os hospitais requereram o bloqueio de tais valores das contas do Estado, no intuito de realizarem procedimentos em pacientes do Sistema Único de Saúde.

Perri desconfiou das “quantias exorbitantes”, uma vez que o procedimento de um único paciente podia chegar a R$ 1,6 milhão, e pediu que a Secretaria de Estado de Saúde, a Secretaria de Estado de Fazenda, a Auditoria Geral do Estado e o Tribunal de Contas do Estado fizessem um “pente fino” nos pedidos de pagamento.

O resultado destas auditorias ainda não foi concluído, mas é aguardado com ansiedade pelo juiz auxiliar da presidência, Tulio Duailibi Alves Souza.

O magistrado acredita que o resultado da perícia pode revelar se há ilegalidades ou até mesmo “fomentação” ao processo que resulta na grande demanda judicial que envolve a saúde no Estado.

"A gente quer, com essas auditorias, saber o que alimenta e o que fomenta a judicialização da saúde. Vamos esperar o resultado das auditorias. Pode ser que não tenha nada. Mas pode ser uma caixinha de surpresas"



“Se a gente descobrir que tem malandragem, vai vir à tona. O Judiciário não pode ser responsabilizado e nem pactuar com certos tipos de coisas. Vamos escancarar o processo de judicialização e isso não vai ser escondido de ninguém. Se as auditorias demonstrarem que o preço foi o praticado no mercado ou não, a sociedade precisa saber”, disse Duailibi, em entrevista ao MidiaJur.

O prazo de 60 dias para o término das perícias já terminaria no final deste mês, mas o juiz auxiliar acredita que, devido à complexidade do tema, a auditoria poderá demorar um pouco mais para ser concluída: “uma hora ela vai chegar”.

“A gente quer, com essas auditorias, saber o que alimenta e o que fomenta a judicialização da saúde. Vamos esperar o resultado das auditorias. Pode ser que não tenha nada. Mas pode ser uma caixinha de surpresas”, relatou.

Câmaras de mediação: solução parcial

Só em março deste ano, 799 ações foram ingressadas na Justiça com pedido de bloqueio de valores para atender a demanda. Em 2014, o Estado teve R$ 100 milhões bloqueados pela Justiça em razão da judicialização.

"A gente propôs que o próprio sistema criasse uma política pública de resolução de conflitos que, no nosso caso, seria através da mediação"

Entusiasta e pesquisador da área de saúde, Túlio Duailibi aposta nas Câmaras de Mediação e Conciliação como o instrumento mais adequado para diminuir a judicialização dos processos que resultam em bloqueio de valores para aquisição de remédios e/ou realização de procedimentos cirúrgicos.

“A proposta do Judiciário é: cria-se uma política pública onde você pode pegar na mão desse paciente e resolver o problema dele. Porque muitas vezes nós temos uma judicialização induzida por falta de informação. Às vezes o próprio servidor da secretaria fala: vai lá na Defensoria e entra na Justiça. E existem casos em que não haveria essa necessidade”, explicou.

Conforme o juiz, as câmaras teriam o papel de orientar os pacientes a buscar uma solução no âmbito administrativo e contaria com a parceria de mediadores que buscariam a melhor maneira (e mais eficaz) de resolver estes problemas.

“Hoje nós, enquanto Poder Judiciário, somos os primeiros a ser acionados. Ao invés de o usuário resolver seu conflito na porta da Justiça, ele teria mais uma porta de acesso, que seria o próprio sistema. A gente propôs que o próprio sistema criasse uma política pública de resolução de conflitos que, no nosso caso, seria através da mediação. Acabar com a judicialização é difícil, mas pode diminuir”, ressaltou.

Tal proposta já foi apresentada pela vice-presidente do TJ-MT e presidente do Núcleo de Conciliação e Conflitos, desembargadora Clarice Claudino, durante reunião com o Poder Executivo, Ministério Público e representantes de outros órgãos do Poder Público.

A próxima reunião ficou agendada para o dia 13 de maio, ocasião em que será discutido como estas Câmaras de Mediação poderão ser formatadas.

Leia mais:

Perri quer auditoria em créditos milionários de hospitais

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