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JUSTIÇA Quinta-feira, 10 de Setembro de 2015, 09:08 - A | A

10 de Setembro de 2015, 09h:08 - A | A

JUSTIÇA / NO FÓRUM DE CUIABÁ

Arcanjo é julgado por morte de empresários em 2002

Defesa acusa MPE de "forçar a barra" em acusação e diz que "não há provas" contra o ex-comendador

LUCAS RODRIGUES
DO MIDIAJUR



Teve início, nesta quinta-feira (10), o julgamento do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, acusado de mandar matar, em 2002, os empresários Fauze Rachid Jaudy Filho e Rivelino Jacques Brunini e da tentativa de homicídio contra Gisleno Fernandes.

A juíza Mônica Perri é quem preside o júri. O promotor de Justiça Vinícius Gahyva representa o Ministério Público Estadual (MPE), enquanto a defesa do Arcanjo é feita pelos advogados Paulo Fabrinny Medeiros e Zaid Arbid.

Antes do início do júri, Fabrinny acusou o MPE, em declaração à imprensa, de "forçar a barra" ao acusar seu cliente de ter alguma ligação com os crimes julgados hoje.

Segundo o advogado, após 13 anos da data dos fatos, o MPE não conseguiu trazer nenhuma prova concreta de que o ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso possui ligação com os crimes.

“Não existe nenhum depoimento que vincule João Arcanjo Ribeiro aos crimes. Não existe nenhuma escuta telefônica, nenhuma prova. Essa ligação com Célio [que arquitetou o crime] é absolutamente inverossímil. É uma forçação de barra para poder justificar a acusação”, disse ele, pouco antes de iniciar o júri da Arcanjo.

Fabrinny adiantou que um dos desafios da defesa será o de convencer os jurados da inocência de Arcanjo, uma vez que existe um conceito negativo da sociedade em relação a Arcanjo há mais de 12 anos.

"Não existe nenhum depoimento que vincule João Arcanjo Ribeiro aos crimes. Não existe nenhuma escuta telefônica, nenhuma prova. Essa ligação com Célio [que arquitetou o crime] é absolutamente inverossímil. É uma forçação de barra para poder justificar a acusação"

“Nós confiamos na isenção dos jurados. Na análise das provas dos autos não há provas contra o réu. Ele é o único que está preso desde a Arca de Noé. Políticos foram citados, autoridades foram citadas, empresários foram citados, mas só ele foi pra cadeia”, disse.

Os crimes

Os crimes ocorreram no dia 5 de junho de 2002, em frente a uma oficina mecânica, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA), na Capital.

Inicialmente, o julgamento estava marcado para 30 de julho junto com outros dois acusados do crime, o ex-soldado da PM Célio Alves de Souza, 49, e o uruguaio Júlio Bachs Mayada, 65.

Porém, a juíza Mônica Catarina Perri de Siqueira desmembrou o julgamento para o dia 10 de setembro, a pedido da defesa do ex-bicheiro, uma vez que um novo advogado foi constituído.

Paulo Fabrinny Medeiros pediu o adiamento do tribunal do júri para que pudesse estudar o processo.

A juíza manteve, entretanto, o julgamento do ex-policial e do uruguaio para o dia 30. Célio Alves foi condenado a 46 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado.

Já o uruguaio Júlio Mayada foi condenado a 41 anos de reclusão em regime inicialmente fechado.

Ao todo, cinco pessoas foram acusadas pelos crimes.

Em 2012, o ex-cabo PM Hércules Agostinho Araújo foi condenado a 45 anos de prisão pela Justiça estadual.

O quinto suspeito, o ex-coronel Francisco Carlos Lepeuster, morreu em setembro de 2007, vítima de câncer.

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