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GERAL Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013, 13:45 - A | A

02 de Dezembro de 2013, 13h:45 - A | A

GERAL / OAB REBATE DECLARAÇÃO

Gaeco: "Advogados são pagos com dinheiro roubado"

Marcos Regenold disse que alguns advogados seriam “pagos com dinheiro roubado da população”

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT) repudiou a declaração dada pelo promotor de Justiça Marcos Regenold, em entrevista ao site MidiaNews (leia AQUI), publicada neste domingo (1º).

Em nota, o presidente da entidade Maurício Aude afirmou que o promotor foi "desrespeitoso" com a categoria.

Marcos Regenold, que atua no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), afirmou que “a defesa sempre vai tentar atrapalhar a acusação; ela é paga para isso. As vezes os bons advogados dos acusados são pagos com dinheiro público roubado da população”.

“Bons advogados são éticos, estudam muito e se atualizam para atuar e defender seus clientes com inteligência e eficácia, não podendo haver confusão entre o que se suspeita terem feito seus clientes e o munus público que os profissionais da advocacia exercem. Os advogados e advogadas deste Estado trabalham honestamente, incansavelmente”, disse Aude, em nota enviada nesta manhã (2).

Segundo a diretoria da seccional, a afirmação do promotor é “uma reprovável ofensa à classe” e “atinge a advocacia de todo o país”.

"Para os maus profissionais temos o Código de Ética e Disciplina da OAB e um Tribunal de Ética atuante, que tem agilizado o trâmite de seus processos para punir aqueles que o descumprem. Não podemos e não vamos aceitar insinuações como essas, que trazem explicitamente uma temerária generalização e uma reprovável ofensa à classe. Esse tipo de declaração atinge a advocacia de todo o País", afirmou.

Confira a nota na íntegra:

A diretoria da OAB/MT vem repudiar a declaração do promotor de Justiça Marcos Regenold que, em entrevista a um site de notícias, afirmou que “a defesa sempre vai tentar atrapalhar a acusação; ela é paga para isso. (...) Os bons advogados dos acusados são pagos com dinheiro público roubado da população”.

O presidente da Seccional, Maurício Aude, ressalta que a advocacia é a única profissão reconhecida na Constituição Federal, em seu artigo 133, como indispensável à administração da Justiça. E é essa mesma Constituição que garante a todos os acusados o devido processo legal e seus principais corolários, quais sejam o direito ao contraditório e à ampla defesa, independentemente do delito supostamente cometido.

“A afirmação de que bons advogados recebem dinheiro roubado é desrespeitosa. Bons advogados são éticos, estudam muito e se atualizam para atuar e defender seus clientes com inteligência e eficácia, não podendo haver confusão entre o que se suspeita terem feito seus clientes e o munus público que os profissionais da advocacia exercem. Os advogados e advogadas deste Estado trabalham honestamente, incansavelmente. Para os maus profissionais temos o Código de Ética e Disciplina da OAB e um Tribunal de Ética atuante, que tem agilizado o trâmite de seus processos para punir aqueles que o descumprem. Não podemos e não vamos aceitar insinuações como essas, que trazem explicitamente uma temerária generalização e uma reprovável ofensa à classe. Esse tipo de declaração atinge a advocacia de todo o País”, consignou o presidente da OAB/MT.

Para os diretores da Ordem, esse tipo de raciocínio do promotor de justiça não fere apenas a Constituição e o Estatuto da Advocacia - Lei Federal 8.906/94, mas também princípios internacionais, já que a todo cidadão é garantido seu direito de defesa.

“É uma questão, inclusive, de Direitos Humanos. Os direitos à presunção da inocência e ao julgamento justo e público estão na Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. E a Carta Magna ratificou esses direitos e princípios inseridos em seu texto o advogado como o profissional habilitado para exercer o ius postulandi. Não estamos falando apenas do advogado privado, mas lembremos que a advocacia pública também atua na defesa de acusados de crimes hediondos e deve fazê-lo com todas as ferramentas jurídicas necessárias e disponíveis”, sublinhou o Secretário Geral Adjunto, Ulisses Rabaneda.

Outro lado

O promotor Marcos Regenold, por telefone, informou que ainda não possui ciência da nota de repúdio. Ele disse que comentará o assunto no fim da tarde.

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