MARIANA OLIVEIRA
DA TV GLOBO
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (1º) a prorrogação pela terceira vez de um dos inquéritos que investiga o presidente Michel Temer.
O inquérito foi prorrogado pela primeira vez em fevereiro deste ano. Houve nova prorrogação em maio.
Em junho, Barroso já havia autorizado a Polícia Federal a prosseguir com a investigação até tomar uma decisão final sobre o terceiro pedido de prorrogação.
Agora, o prazo, que acabaria oficialmente em 8 de julho, foi estendido até setembro.
A Presidência da República informou que não comentará o assunto.
O inquérito foi aberto no ano passado a partir de depoimentos de executivos do grupo J&F que fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
A investigação apura se um decreto editado por Temer tinha por objetivo beneficar empresas específicas que atuam no porto de Santos (SP).
Desde o início das investigações, o presidente nega que o decreto tivesse essa finalidade. Empresas alvo do inquérito também negam o pagamento de propina.
Ao analisar o caso em junho, Luís Roberto Barroso estabeleceu que nenhum superior hierárquico poderá retirar o delegado Cleyber Malta Lopes do caso sem justificativas, como prevê a lei que trata de investigação criminal por delegados.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta quarta (1 º) ao Supremo Tribunal Federal para incluir no inquérito dos portos depoimento de um dos delatores da J&F, Florisvaldo Caetano de Oliveira, que cita supostos repasses ao presidente Michel Temer.
Dodge quer investigar os repasses apontados pela J&F no inquérito que já está em andamento sobre o decreto dos portos.
No depoimento, Oliveira disse que realizou em 2014, junto com outro diretor da J&F (Demilton Castro) entrega de R$ 1 milhão em dinheiro vivo no escritório do coronel João Batista Lima Filho, o coronel Lima, amigo de Temer.
Segundo o depoimento, o diretor da J&F Ricardo Saud orientou a entrega e teria pedido agilidade "diante da importância de seu destinatário".
Desde que as delações de executivos da J&F se tornaram conhecidas, o presidente tem negado todas as acusações.
Em maio, Raquel Dodge pediu que o ministro Fachin autorizasse a inclusão do trecho do depoimento em um procedimento separado para ela avaliar.
Dodge poderia ter pedido abertura de novo inquérito, arquivamento do caso ou inclusão em alguma das apurações já abertas em relação ao presidente – agora, decidiu que quer investigar junto com o inquérito dos portos.
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