FELIPE SELIGMAN
FOLHA.COM
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou nesta quarta-feira (18/4) que seu colega e presidente da corte, Cezar Peluso, "se acha" e "tentou criar" obstáculos à corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon.
A declaração, dada a jornalistas depois da posse de outra ministra, Carmem Lúcia, na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi uma resposta ao que disse Peluso em entrevista ao site Consultor Jurídico.
Nela, o atual presidente, que deixa amanhã o cargo, citou Barbosa ao dizer que quando a denúncia do mensalão foi aceita, em 2007, ele chegou a ser aplaudido em um bar no Rio e pensou em tomar um rumo político.
Ao mesmo site, Peluso criticou a presidente Dilma Rousseff (dizendo que ela descumpriu decisão judicial sobre o aumento dos salários do Judiciário) e Calmon, dizendo que ela também pode ter pretensões políticas e não apresentou "resultado concreto algum".
"O Peluso se acha. Ele não sabe perder. A Eliana [Calmon] ganhou todas. E ele diz que ela não fez. E ela fez muito, não obstante os inúmeros obstáculos que ele tentou criar", afirmou Barbosa.
Perguntado sobre seus supostos planos políticos, disse: "Eles [que aventam a possibilidade] que sabem. Estão inventando essa história. Jamais falei com qualquer pessoa sobre candidatura."
Segundo Barbosa, "na verdade, ele [Peluso] tem uma amargura. Em relação a mim, então...".
A troca de farpas piora o clima no Supremo quando a corte se prepara para julgar o processo do mensalão. Recentemente, outros dois ministros (Gilmar Mendes e Carlos Ayres Britto) vieram a público dizer que o revisor da ação, Ricardo Lewandowski, deve acelerar sua análise do processo para que ele possa ser votado. Ayres Britto toma posse nesta quinta como presidente do STF.
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