MIGALHAS
O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, determinou o desmembramento do processo sobre o envolvimento de parlamentares com o empresário goiano, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar esquema de jogos ilegais.
Três inquéritos foram abertos a pedido da PGR contra os deputados federais Carlos Leréia (PSDB/GO), Sandes Júnior (PP/GO) e Stepan Nercessian (PPS/RJ) para investigar suposto envolvimento dos parlamentares com Cachoeira.
De acordo com a PGR, as investigações não têm relação com o inquérito que apura a ligação entre o empresário e o senador Demóstenes Torres.
Os deputados Sandes Júnior e Carlos Alberto Leréia são alvo de uma comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, que vai apurar se há indícios de quebra de decoro parlamentar. O deputado federal Stepan Nercessian se licenciou do PPS em março. Os parlamentares foram flagrados pela Operação Monte Carlo, da PF, em conversas telefônicas com Carlinhos Cachoeira.
Lewandowski determinou ainda o desmembramento das investigações contra Cachoeira, Claudio Abreu, Enio Andrade Branco, Norberto Rech, Geovani Pereira da Silva e Gleyb Ferreira da Cruz. Apesar de os fatos a eles atribuídos terem ligação com os que envolvem o senador Demóstenes Torres, estes investigados não têm a prerrogativa de foro especial. Por isso, o processo será remetido à JF em Goiás.
O ministro do STF também aceitou o pedido de desmembramento do processo em relação ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. A pedido do procurador-geral, Lewandowski autorizou ainda a remessa de cópia do inquérito do STF para a PGR para apurar os fatos envolvendo Agnelo. Agora, caberá a Gurgel pedir uma investigação no STJ contra o governador, que é a instância própria para julgar governadores.
No entanto, Lewandowski negou o pedido de inclusão do irmão de Demóstenes Torres, procurador-geral de Justiça de Goiás, Bendito Torres, no inquérito sobre o senador, pois ele não possui prerrogativa de foro.
Carlinhos Cachoeira é apontado com o chefe da quadrilha que explorava máquinas caça-níqueis e pagava propina para agentes públicos de segurança. Ele é acusado de comandar o jogo do bicho na Região Centro-Oeste, em especial no estado de Goiás. Ele foi preso durante a Operação Monte Carlo, deflagrada em fevereiro pela Polícia Federal, que resultou na prisão de 20 pessoas ligadas ao grupo criminoso.
O senador Demóstenes Torres é acusado de participar dos esquemas ilegais do empresário. Vazamentos das conversas telefônicas mostram o senador recebendo orientação da Cachoeira sobre projetos em tramitação no Congresso Nacional.
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