O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, afirmou, durante bate-boca com o ministro Luiz Fux em sessão plenária na manhã desta quinta-feira (15), que os tribunais não podem ser pressionadas a atender "o recado das ruas".
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, afirmou, durante bate-boca com o ministro Luiz Fux em sessão plenária na manhã desta quinta-feira (15), que os tribunais não podem ser pressionados a atender "o recado das ruas".
Assim como o Congresso foi pressionado, nós também fomos pressionados e atendemos a recados de rua
Na ocasião, os ministros discutiam recurso referente às eleições municipais de Abelardo Luz (SC).
"Assim como o Congresso foi pressionado, nós também fomos pressionados e atendemos a recados de rua. Foi isso o que aconteceu no Supremo naquele caso", disse.
Fux respondeu dizendo que "às vezes, a aplicação daquela previsão legal ou caso concreto gera uma decisão absurda". "Há casos em que a aplicação da regra gera conclusões inconstitucionais que não podemos chancelar."
Os ministros discutiam o indeferimento da candidatura do prefeito eleito de Aberlardo Luz (SC), Nerci Santin (PMDB), que havia sido condenado por resistência qualificada. O ministro Henrique Neves pediu vistas do processo.
Na quarta (14), Mendes, que também é membro do STF (Supremo Tribunal Federal), considerou uma "perda de paradigmas" a decisão de Fux que determina adevolução do projeto anticorrupção à Câmara para análise da proposta a partir da estaca zero.
Segundo ele, impor ao Congresso que aprove um texto sem fazer alterações é o mesmo que fechar o Legislativo. "É um AI-5 do Judiciário", afirmou. Para ele, o Supremo caminha para o "mundo da galhofa".
O debate de hoje entre os dois teve início após Luiz Fux afirmar que não se pode questionar a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa após ela ter sido chancelada pelo Supremo.
"Se o Supremo tivesse entendido que a Lei da Ficha Limpa era irrazoável ele teria dito, não disse. Esse tribunal aqui é submetido a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, tem que ter uma obediência hierárquica", disse.
Mendes respondeu dizendo que "se o Supremo chancelar absurdos, eu mesmo vou defender a insurreição contra esse tipo de jurisprudência".
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