DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que deu aval para a Secretaria de Fazenda fazer um pagamento irregular de cartas de crédito a fim quitar uma dívida com o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) em 2011.
O dinheiro seria uma forma de compensar o tucano pela decisão de não apoiar a candidatura de Wilson Santos (PSDB) ao Governo do Estado, no ano anterior.
A acusação foi feita pelo ex-governador em delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), homologada no dia 9 de agosto pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Silval, Maluf o procurou no Palácio Paiaguás, em 2011, com uma proposta para que ele quitasse a dívida de R$ 1 milhão. O delator disse que o débito era referente a um pacto entre ambos para que o tucano não apoiasse o correligionário Wilson Santos.
Em 2010, Silval concorreu à reeleição, enfrentando Wilson e Mauro Mendes.
“Guilherme também se comprometeu em efetuar o pagamento de uma dívida que o declarante [Silval Barbosa] tinha com a então deputada federal Thelma de Oliveira, vez que o declarante passou a ela um cheque no valor de R$ 500 mil emitido pelo empresário Wanderley Fachetti que não foi compensado em razão de insuficiência de fundo”, disse Silval na delação.
Que o declarante concordou com tal proposta, determinando ao secretário da época, acreditando ser a pessoa de Edmilson
A proposta do tucano seria, de acordo com o delator, que ambos os débitos poderiam ser adimplidos mediante pagamento de cartas de créditos pela Secretaria de Fazenda, expedidas em nome de um servidor aposentado.
O nome do servidor não é citado, mas, segundo Silval, as cartas totalizavam mais de R$ 1,7 milhão.
De acordo com Silval, Maluf afirmou que o 'retorno' das cartas de crédito seria superior a R$ 1 milhão. O então governador concordou com o pedido.
“Que o declarante concordou com tal proposta, determinando ao secretário da época, acreditando ser a pessoa de Edmilson [José dos Santos], que realizasse o pagamento de referidas cartas de crédito, as quais foram efetivamente pagas pelo Estado. Que na época do pagamento das mencionadas cartas, o declarante tomou conhecimento por meio de Guilherme e de Wanderley Fachetti, que a carta de crédito foi paga pela Sefaz sem a observância dos procedimentos internos disciplinados para o pagamento das cartas de crédito”, afirmou.
“Que o declarante acredita que o nome de Guilherme Maluf não apareça na transação da carta de crédito, pois deve ter procurado a intermediação de algum advogado, acreditando que tenha sido Ocimar Carneiro”, completou.
Outro lado
Por meio de nota, o deputado estadual Guilherme Maluf classificou de "levianas" e "infundadas" as acusações do ex-governador. Disse que nunca pediu qualquer "vantagem indevida" a Silval.
Veja a íntegra da nota:
"Acerca de delação do ex-governador Silval Barbosa, o deputado estadual Guilherme Maluf esclarece que:
- Nunca solicitou ou recebeu qualquer vantagem indevida.
- As acusações do ex-governador Silval Barbosa são levianas e infundadas, feitas com o único objetivo de escapar da prisão.
- Está à disposição para quaisquer esclarecimentos e confia na Justiça, que restabelecerá a verdade dos fatos."
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