ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, afirma que os eleitores não serão impedidos de votar se usarem a camisa da seleção brasileira de futebol.
"A população vai votar com camiseta do Brasil, vermelha, roxa", garantiu em coletiva de imprensa na sede do TRE, na tarde desta quinta-feira (29).
A declaração do presidente do TRE é uma resposta a uma fala do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que afirmou que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, baixou uma determinação proibindo os eleitores de usar camiseta da seleção brasileira no dia das eleições. A informação já foi desmentido pela Justiça Eleitoral e classificada como fake news. Não existe esta determinação.
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Contudo, Bolsonaro disse ainda que, como resposta, determinaria que as Forças Armadas fechassem as seções eleitorais em que fosse proibido o uso do uniforme da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O desembargador Carlos Alberto explica que a única condição que pode impedir o eleitor com camisa da seleção de votar é se aglomerar como se estivesse participando de uma manifestação política.
"O candidato pode votar com sua camiseta. Só que se, ao sair da votação, ele ir em todos os colégios, opa, aí não. Ele está extrapolando o colégio que ele foi votar; ele já está indo fazer manifestação e propaganda", pontua.
Já o mesário estará proibido de usar qualquer vestimenta que tenha cor ou símbolos em referência a um candidato ou partido.
"Não vai poder usar nenhuma veste que dê conotação política. Nenhuma. Ele vai estar lá representando a Justiça Eleitoral. Acho maravilhoso a camisa do Brasil; quando tem jogo, eu uso sem problema nenhum. O que nós estamos dizendo é que, no momento, a eleição polarizou de uma forma tal que implica você [vestir a camisa da seleção] em ser partidário a um candidato ou a um partido. Esse é o problema", diz.
A camisa da seleção brasileira é usada por apoiadores de Bolsonaro, que se diz um candidato patriótico.
Carlos Alberto explica que, caso o mesário insista em vestir a camisa, ela será convidada para tirá-la e trocá-la. "Se ele não trocar, eu interpreto que ele está sendo resistente e não está fazendo o seu papel", aponta. Nessa situação, ele pode ser substituído.
Questionado sobre a intervenção das Forças Armadas nas eleições, o presidente do TRE disse que essas análises não passam de "retóricas" e que sequer chegou a discutir o assunto com as demais instituições da Justiça Eleitoral.
"Antes de confiar na justiça eleitoral e no juízo e nos promotores, confiamos na população ordeira. A população é que faz a eleição. Só tem a contra-força, quando tem a força. Se estiver tudo normal, nós não teremos nenhum problema", pontua.
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