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Entrevista Terça-feira, 30 de Outubro de 2012, 08:00 - A | A

30 de Outubro de 2012, 08h:00 - A | A

Entrevista / ENTREVISTA DA SEMANA

Schneider afirma que atual gestão é antidemocrática

Na entrevista da especial da semana, advogado analisa a eleição e destaca o trabalho feito pelo grupo para aglutinar a oposição

LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO



O advogado Fábio Schneider, candidato a vice-presidente da OAB, Seccional Mato Grosso, na chapa de José Moreno, na entrevista especial da semana, ele afirma que a atual administração da OAB é antidemocrática e que há a necessidade de renovação nos quadros da entidade. De acordo com ele, a principal diferença entre os grupos estaria justamente no fato de que sua chapa seria democrática e heterogênea.

“A representatividade real vem da divergência. Se você tiver só pessoas pensando igual na administração é sinal que a democracia acabou. E isso é exatamente o que não acontece na administração atual. As pessoas seguem a cartilha dos líderes políticos e essa cartilha se você não rezá-la você não está lá. Isso é antidemocracia. Porque o crescimento democrático se faz com a divergência”, destacou.

Ao ser questionado sobre a crítica feita contra a chapa dele, que é coordenador geral, de que a união de José Moreno com Luciana Serafim e Felipe de Oliveira seria a busca do poder pelo poder, ele é categórico ao afirmar que não se trata disso.

“Você vê que, quando a campanha começou com três candidatos fortes de oposição (Luciana Serafim, José Moreno e Felipe de Oliveira), não isolando o Pio da Silva, mas a crítica era a oposição é incompetente e não consegue nem andar junto. Ela se dividiu porque não consegue andar junto porque tem vaidades demais. Aí a gente conseguiu construir a união. Aí aquele discurso morreu e inventariam outro discurso, se uniram na busca do poder pelo poder. Ora, que discurso é esse. O poder pelo poder é o que estão fazendo”, ressaltou.

Outro ponto destacado por ele na entrevista, é quanto a importância da valorização profissional, que segundo ele, vai além da construção de prédios e entrega de equipamentos.

“O maior problema que temos hoje é a ineficiência do Poder Judiciário. E pergunto: o que a OAB fez junto ao Judiciário local para tentar resolver isso? Absolutamente nada. A OAB não serve para ficar criticando o Poder Judiciário ela tem de ser parceira para estar junto construindo uma Justiça que funcione”, frisou

Veja abaixo os principais trechos dessa entrevista.

MidiaJur – O senhor já disputou uma eleição da Ordem como oposição e nunca participou do grupo que está hoje no poder, como analisa o processo eleitoral?
Fábio Schneider –
Eu acho que a oposição passou por algumas dificuldades ao longo desses últimos anos. Não conseguiu demonstrar a onde que política de classe estava deixando a desejar, principalmente na questão da valorização do advogado. A oposição nos últimos anos não soube se aglutinar para em voz única conseguir mostrar para a classe a necessidade de mudança e isso permitiu para que a atual situação permanecesse 15 anos no poder, só que por mais que a oposição não conseguisse se aglutinar para ser uma voz dissonante, o cansaço do advogado com promessas feitas e não cumpridas, o abandono dele no dia a dia da profissão, fez com que houvesse um movimento de renovação. E por onde você passa as pessoas falam nós precisamos renovar e precisamos então de uma oposição unida para que se tenha essa voz consistente. E acredito que o grande mérito que o José Moreno teve nesse processo foi conseguir unir a oposição em torno dele, e isso não é fácil, porque nós temos vários interesses e ideias envolvidos e para você conseguir aglutinar isso no nome de uma pessoa é muito difícil. Mas, nós conseguimos. Eu tenho certeza que agora, através do Moreno, nós temos a condição de ser a voz para mostrar aos advogados que a OAB pode ser diferente do que ela está aí.

MidiaJur – Agora uma dificuldade que o grupo tem é quanto chegar até o interior, já que na chapa existem muitos nomes que não são conhecidos, como do próprio Moreno. Como quebrar essa barreira?
Fábio Schneider –
Vamos chegar a todos os municípios, provavelmente o Moreno não vai conseguir estar em todos os municípios, mas as pessoas da diretoria e do Conselho Federal irão conseguir. Esse trabalho começa a ser feito a partir de segunda-feira. A leitura que nós fizemos nessas viagens preliminares, embora o candidato da situação tenha como vice viajado o interior inteiro fazendo campanha ele é completamente desconhecido. Essa foi uma das grandes surpresas, porque nós imaginávamos que chegaríamos ao interior e teríamos que fazer o nome de José Moreno, porque o candidato da situação já seria conhecido e nós ficamos estarrecidos em saber que ninguém sabe se quer quem é o vice da OAB, que é o atual candidato. Isso demonstra na verdade que a OAB está abandonada no interior. Porque se eles tivessem a presença que eles dizem que eles têm, todo mundo saberia quem é o candidato da situação. Onde a gente percebe a preocupação deles, e no fundo eles sabem a verdade que o interior está abandonado, porque tem incomodado. Não é atoa que o Leo Capataz deu uma entrevista dizendo que o Moreno é mentiroso. Ora, se todo mundo no interior sabe que não está abandonado não precisa ele dizer. Os advogados iriam rechaçar. Porque é só ele dizendo isso. Nós não, nós colocamos advogados dizendo isso.

MidiaJur – O senhor sempre diz que a atual administração é antidemocrática, por qual motivo?
Fábio Schneider -
Eu digo com todas as letras que a administração é antidemocrática. Ela fez esse ano uma reunião com todos os presidentes de subseção e no famoso voto do cabresto pegou os 29 presidentes e fez eles assinarem uma documento de apoio a Maurício Aude. Eles só esqueceram de combinar com os advogados das subseções. Você chega lá eles falam que não assumiram compromisso nenhum e que quem assumiu foi presidente da subseção.

MidiaJur – Então, quer dizer que os advogados nem ficaram sabendo dessa situação?
Fábio Schneider –
A reclamação é que os presidentes de subseções não repassam para eles o que está acontecendo. Então, é assim a situação tentando pegar os líderes, para que esses líderes possam captar e imponham nas subseções o seu pensamento. Isso é a coisa mais antidemocrática. É o uso do poder da OAB em benefício próprio para obter fins eleitorais. Foi estarrecedor chegar a alguns lugares, onde temos notícias, como Lucas do Rio Verde, em que a OAB teria construído a sede da subseção. Isso é só 50% verdade, porque 50% dos recursos foram conseguidos pela OAB do município. E essa notícia não está clara para quem está ouvindo isso aqui.

MidiaJur – O senhor acredita que esses investimentos em infraestrutura não vinculam o voto do advogado?
Fábio Schneider –
Na verdade é desvalorizar o advogado imaginar que eu construir uma sede bonita, resolve o problema dele. Esse é menor dos problemas, claro que é muito bom você ter um ambiente de trabalho, com ar condicionado funcionando, para ficar esperando sua audiência, isso é ótimo. Mas, isso é a parte menor. A parte maior é a OAB estar ao lado dele na profissão, para que quando ele for desrespeitado pelo Ministério Público, delegado, juiz ou escrivão a Ordem esteja lá. E é isso que nós vamos fazer. O maior problema que temos hoje é a ineficiência do Poder Judiciário. E pergunto o que a OAB fez junto ao Judiciário local para tentar resolver isso? Absolutamente nada. A OAB não serve para ficar criticando o Poder Judiciário ela tem de ser parceira para estar junto construindo uma Justiça que funcione.

MidiaJur – Agora candidato o que a gestão de vocês irá fazer de diferente em relação a administração?
Fábio Schneider –
A primeira coisa que vamos fazer de diferente é ter transparência no manejo no recurso dos advogados. Isso é essencial, para que o advogado tenha confiança na administração. Queremos mostrar quanto arrecadamos, quanto e onde nós gastamos. O Moreno já assumiu um compromisso público de fazer uma auditoria assim que entrar na OAB. Ela não tem a finalidade de fazer caça às bruxas. O que queremos é, por meio de uma empresa técnica, detectar se o dinheiro que estamos usando dentro da OAB está sendo empregado. Óbvio que se houve desvio as providências serão adotadas. Mas, não é esse o objetivo, é identificar, reduzir os custos e ter uma gestão profissional da OAB. O segundo ponto que nos diferencia da atual administração é a independência. Nós não temos dependência política partidária e ao não ter dependência a OAB tem independência de manifestação. Nós tivemos por um longo tempo e ainda temos, a OAB amarrada por interesses políticos partidários.

MidiaJur – Então, o senhor é contra um advogado que está dentro de um cargo na OAB estar ligado a um partido político?
Fábio Schneider –
Sim, ele pode até ser filiado a um partido político, mas deve estar afastado. Nós temos o candidato a vice-prefeito, mas todo mundo sabe que ele é filiado ao PMDB. O nosso governador é do PMDB, ora, a OAB tem independência para se manifestar perante o governo do Estado? Eu acho que não. E o silencio da OAB nesses momentos pode ser tido como falta de independência. Então, o interesse e a veia política partidária da pessoa não podem estar acima da classe. Se o engajamento político dele, coloca em dúvida a postura da OAB ele tem que se afastar e deixá-la seguir normalmente.

MidiaJur – Seguindo essa linha, para o senhor, em algum momento a Ordem deixou de se manifestar frente a questões sociais?
Fábio Schneider –
Sem dúvida nenhuma. A OAB nos últimos anos poderia ter uma postura muito mais independente de se posicionar sobre problemas sociais e não o fez porque não tem independência.

MidiaJur – Uma das críticas que se faz contra o grupo do Moreno, por ser heterogêneo, com ideias diferentes, acabaria tendo um racha interno.
Fábio Schneider –
Essa crítica vem de pessoas que não sabem o que é democracia. E, volto a reafirmar a situação não sabe viver em democracia. O Congresso Nacional é formado com pessoas de todas as classes sociais e todos os tipos de pensamento políticos e ele não implode porque as pessoas pensam diferente. Ora, a representatividade real vem da divergência. Se você tiver só pessoas pensando igual na administração é sinal que a democracia acabou. E isso é exatamente o que não acontece na administração atual. As pessoas seguem a cartilha dos líderes políticos e essa cartilha se você não rezá-la você não está lá. Isso é antidemocracia. Porque o crescimento democrático se faz com a divergência.

MidiaJur – Outra crítica é que essa união de pessoas teria como único objetivo o poder pelo poder e não uma união de ideias. O que o senhor pode dizer sobre o fato?
Fábio Schneider –
Você vê, quando a campanha começou, com três candidatos fortes de oposição (Luciana Serafim, José Moreno e Felipe de Oliveira), não isolando o Pio da Silva, a crítica era: a oposição é incompetente e não consegue nem andar junto. Ela se dividiu porque não consegue andar junto porque tem vaidades demais. Aí a gente conseguiu construir a união. Aí aquele discurso morreu e inventariam outro discurso, se uniram na busca do poder pelo poder. Ora, que discurso que é esse. O poder pelo poder é o que estão fazendo. Estão há 15 anos no poder, não saem de lá de jeito nenhum. Não aceitam críticas. A gente não. Nós estamos tentando construir uma nova forma de administrar a OAB e essa nova forma de administrar só é possível por meio da união. Então, a consciência que houve da oposição é, havia um consenso comum nas três das candidaturas que do jeito que a OAB está não pode continuar. Foi isso que possibilitou a união.

MidiaJur – Agora Fábio Schneider como se deu essa costura para chegar no consenso do seu nome?
Fábio Schneider –
Na verdade o que aconteceu. Eu fui uma das primeiras pessoas que o Moreno procurou e disse naquele momento para ele que se sobrasse algum cargo para mim que fosse um que eu tivesse voz, porque eu quero falar. Se vão seguir minhas ideias ou não é outra coisa, eu só quero ter voz. Comecei a ajudá-lo na campanha, por conta do fato de eu já ter sido candidato, meu nome acaba sendo um pouco mais conhecido no interior. Depois veio o Felipe de Oliveira e nós não tínhamos nenhuma ideia de quem seria o vice. E nós começamos a definir cargos depois que a Luciana Serafim chegou. Até ali nós não tínhamos definido nada ainda. Porque estávamos aglutinando pessoas e tínhamos que avaliar o potencial do grupos que vem para saber de que forma colocá-los na chapa. Depois disso, o meu nome surgiu naturalmente e as pessoa começaram a dizer que eu seria um bom nome para o cargo. Diferente do que saiu publicado que o meu nome teria alguma rejeição. E falei para o Moreno que se ele acreditava que o meu nome agregava eu estava à inteira disposição, mas essa decisão precisaria a ser do grupo. Na terça-feira a tarde houve o consenso de todos que o meu nome agregava, que era conhecido e um nome de uma família que está há 30 anos no Mato Grosso, eu vivo da advocacia, e da advocacia de balcão. Então as pessoas viram que o nome poderia agregar valor e experiência à campanha e eu fui indicado para o cargo de vice..

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