GIOVANNA BAIOCCO
DA REDAÇÃO
O rebaixamento do Cuiabá Esporte Clube para a Série B do Campeonato Brasileiro está trazendo à tona preocupações significativas sobre os impactos econômicos na capital mato-grossense. A cidade, que vinha se beneficiando da presença do clube na elite do futebol brasileiro, agora enfrenta o desafio de lidar com as consequências dessa mudança.
Luiz Carlos Nigro, ex-secretário de Turismo e atual presidente do Sindicato de Hoteis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS), lamentou a situação e destacou o impacto do rebaixamento para o setor turístico e comercial da cidade. "Realmente é uma tristeza muito grande o Cuiabá entrar para a Série B, voltar para a Série B. Nós estávamos tendo aí um período muito positivo para a cidade, para o estado de Mato Grosso como um todo, e principalmente para Cuiabá, automaticamente estando na Série A, participando com transmissões ao vivo dos jogos, levava o nome da capital para todo o Brasil. Então a primeira coisa que a gente perde é essa publicidade espontânea e gratuita do Cuiabá a nível nacional", avaliou.
Nigro também destacou os reflexos nos negócios locais, como hoteis, bares e restaurantes, que registravam um aumento no fluxo de visitantes durante os jogos, principalmente quando times de grande apelo popular vinham disputar partidas na cidade. "A Arena Pantanal deixou de ser um elefante branco, estava com grandes jogos, grandes times, trazia muita gente do interior do estado, principalmente quando os jogos eram finais de semana. [...] Era um movimento não só para os hoteis, mas também para bares, restaurantes, shopping centers, táxis, transporte por aplicativos e até vendedores ambulantes. Infelizmente, a gente perde muito com o rebaixamento."
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Andreza Magalhães, conhecida como "A Cuiabanista", uma fervorosa torcedora do Cuiabá, reforçou a preocupação. "O impacto econômico será sentido primeiramente no próprio clube, onde haverá necessidade de cortes de gastos e redução de funcionários, gerando desemprego", pontuou.
Ela também destacou que "com menos fluxo de pessoas no estádio, a renda dos vendedores dentro e fora da Arena Pantanal será afetada. Além disso, hoteis e restaurantes próximos deverão enfrentar uma baixa na demanda, alterando significativamente o cenário econômico local."
Bia Abrahão, jornalista esportiva de Cuiabá, complementou ao relembrar eventos passados, como a final da Supercopa do Brasil, que trouxe torcedores de diversas partes do país. "Com o rebaixamento, a cidade perderá esse grande público, afetando negócios em torno da Arena Pantanal, como restaurantes e hoteis”, ressaltou.
A jornalista também pontuou que a queda para a Série B reduzirá a frequência de grandes jogos, impactando diretamente o transporte por aplicativo, que costumava ver aumento na demanda em dias de partidas importantes.
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REBAIXAMENTO
O rebaixamento do Cuiabá foi sacramentado na última terça-feira (26) com a vitória do Juventude sobre o Atlético-MG na Arena Independência por 3 a 2. Com isso, o Cuiabá não consegue mais alcançar o 16º colocado da competição, mesmo que vença seus três próximos compromissos, contra Bahia (em casa), Fluminense (no Maracanã) e Vasco da Gama (em casa).
A equipe desceu de divisão após quatro temporadas na Série A. Em duas delas, ainda se classificou para a Copa Sulamericana.
Com 23 anos de existência, o Cuiabá nunca havia enfrentado um rebaixamento em sua história. Em competições nacionais, subiu para a Série C em 2011. Permaneceu na terceira divisão até 2018, quando subiu para a Série B, com o vice-campeonato da competição. Em 2020, chegou à elite do futebol brasileiro.
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