LUCAS RODRIGUES
ESPECIAL PARA O MIDIAJUR
O advogado criminalista Eduardo Mahon criticou, na sua página da rede social Facebook, a falta de transparência da OAB no que se refere à divulgação dos resultados, mesmo que preliminares, do Exame de Ordem.
A crítica faz referência a não divulgação dos percentuais de reprovação dos candidatos, um fator crucial para avaliar a eficácia não só do próprio exame, mas do ensino jurídico das faculdades. De acordo com ele, a entidade deveria divulgar tais informações, já que é por meio delas que se pode medir a qualidade das instituições de ensino.
“Inovou a OAB. Não publica a lista geral para que não seja constatado o índice de aprovação de menos de 15%? E que as faculdades não sejam expostas à comunidade jurídica?”, questiona.
O Exame de Ordem vêm sendo alvo de diversas críticas, principalmente pelos altos índices de reprovação, que chegam a superar a faixa de 80%. Um dos fatores que justificariam estes números seriam as deficiências na fiscalização do nível de ensino proposto pelas faculdades de Direito.
Mahon coloca em dúvida, se a Ordem, ao invés de identificar e tentar corrigir estas falhas prefere esconder os resultados para "salvar a imagem de instituições não fiscalizadas".
“Será que é uma tentativa de esconder um índice recorde de reprovação? Quem esconde informação sempre tem algum incômodo que não quer expor”, finaliza.
Mesmo que seja em primeira fase, o advogado acredita que a entidade deveria divulgar a listagem geral dos aprovados e dos concorrentes, pois considera de suma importãncia que se saiba o percentual exato de reprovações e o rendimento das faculdades dos candidatos.
"A OAB precisa divulgar quanto arrecada, como é a redistribuição para as seccionais, qual critério técnico é usado nas avaliações e qual o índice de reprovação, por faculdade. Isso sim é demonstrar transparência".
Outro Lado
Procurado pela reportagem, o atual presidente da OAB de Mato Grosso e conselheiro federal na próxima gestão, Cláudio Stábile, acredita que, pelo menos no Estado, não existe qualquer impedimento para que esses números sejam divulgados.
"Se uma ou outra informação talvez não tenha sido veiculada, pode ter sido ocasionada pelo recesso que a Ordem entrou no final desse mês e que se encerra no dia 6 de janeiro. Estamos sempre à disposição para sanar qualquer dúvida da classe e da sociedade", concluiu.
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