LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
O advogado Sebastião Monteiro defendeu hoje (06) que o candidato à presidência da OAB-MT, Maurício Aude, se desincompatibilize do cargo de vice-presidente para disputar as eleições. Mesmo sem a obrigatoriedade legal, Monteiro avaliou que tal fato - além de preservar a instituição - garantiria maior igualdade de disputa entres os candidatos.
"A desincompatibilização seria, em primeiro lugar, uma demonstração de respeito à instituição e aos advogados. Seria, também, uma demonstrção de grandeza do vice-presidente e candidato, que estaria, com isso, valorizando o pleito, o debate e o equilíbrio entre os candidatos", afirmou.
Monteiro, que apóia o candidato de oposição José Moreno, disse que, recentemente, presenciou Aude prestigiando um ato do TRE-MT, que pregava as eleições limpas.
"Penso que esta seria uma conduta de quem prestigia, realmente, eleições limpas, principalmente dentro da Ordem. Gostaria muito que o atual vice-presidente não agisse de forma adversa, mas não é o que está acontecendo. Até o presente momento a gente vê, realmente, um comportamento contrário ao que estabelece a boa conduta”, afirmou.
O advogado, que atua em Cuiabá, disse que a participação do vice-presidente em eventos promovidos pela Ordem, tanto no interior do Estado, com entregas de equipamentos, cursos e inaugurações de sedes, como na Capital, o beneficia diretamente.
“Obviamente ele colhe os frutos do retorno da atuação da máquina da Ordem. O Maurício Aude não só está sendo beneficiado, como está tirando proveitos concretos de sua posição de vice-presidente, participando de todos esses eventos organizados pela nossa instituição”, opinou.
Legal e moral
Para Monteiro, o uso indireto da máquina da Ordem tende a prejudicar a própria imagem da instituição. "“Esse desequilíbrio, por si só, já fere de morte não só a instituição, mas a política de classe, que tem se mostrado, a cada ano, uma política moderna e equilibrada”, afirmou.
“Se nós temos um candidato da situação, que ocupa cargo de vice-presidente, ainda mais considerando que nas vésperas das eleições a instituição resolveu inaugurar subsedes, realizar cursos patrocinados pela ESA, que são oriundos das nossas contribuições mensais, penso que ele deveria, sim, se desincompatibilizar do cargo, assim como ocorre nas eleições da política partidária”, ressaltou.
Sebastião Monteiro ressaltou que a legislação autoriza o candidato a permanecer no cargo, mas que tal fato não seria suficiente diante do que vem ocorrendo.
“Essa é uma situação que eu enquadraria, com todo o respeito, como imoral, em que pese haver a legalidade. Deveríamos, nesse caso, aplicar as regras que disciplinam a política partidária, ou criar mecanismos apropriados para que tal prática não ocorra daqui para frente”, destacou.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.