ISA SOUSA
DA REDAÇÃO
O advogado Darlan Martins Vargas afirmou ao MidiaJur que admite a possibilidade de ser candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso. Com discurso incisivo, ele criticou o atual papel protagonizado pela entidade. Segundo ele, "em busca de mídia", a instituição "esqueceu o real motivo de sua existência".
Darlan acredita que, em consequência, enquanto de um lado os advogados não recebem respaldo da instituição e ficam “abandonados”, de outro lado, a OAB se preocupa muito mais com seu papel perante à opinião pública. O “jogo” seria uma arriscada via de mão dupla, na opinião do profissional.
“A OAB é uma instituição de classe, que representa os advogados, mas que está deixando a sua atribuição primordial, que é a defesa desta classe. E, veja bem, não se deve fazer uma má interpretação, os maus advogados devem ser punidos e excluídos da OAB. Porém, a Ordem deve entrar em problemas do dia-a-dia, quando o advogado encara problemas que parecem pequenos, mas acumulados se tornam grandes”, disse.
Uma das dificuldades enfrentadas pela classe, segundo Vargas, é para se conseguir cópias de inquéritos na Superintendência da Polícia Federal, enquanto já há entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) a esse respeito.
Traçando um pequeno histórico, segundo ele, é como se as garantias adquiridas pelos advogados ao longo dos 79 anos de existência da Ordem em Mato Grosso estivessem se perdendo devido a uma tentativa de se acumular funções.
“A OAB é uma defensora do estado democrático de direito, porém alguns assuntos são determinados a outras instituições. Existe a Procuradoria Geral de Justiça e a Advocacia Geral da União. Não cabe a OAB a função de acusadora, isso é feito pelo Ministério Público”, destacou.
Alternância necessária
Darlan Martins Vargas afirmou ao MidiaJur que a possibilidade de concorrer à presidência da OAB surgiu de conversas informais com outros advogados, na Capital e no interior do Estado, a respeito da atual situação da instituição.
Segundo ele, que não também não se considera oposição, há um consenso de que, da forma que está, a atual gestão não pode permanecer.
“Toda e qualquer estrutura administrativa necessita de alternância de poder, até mesmo para oxigenar as formas de se trabalhar. É evidente que um grupo que se mantém no poder por 12 anos, como o de Cláudio Stábile, que alcançou tantas vitórias, parte do princípio que o trabalho está sendo bem feito, que não tem porque mudar e aprimorar os serviços”, avaliou.
De acordo com ele, apesar das melhorias alcançadas pela OAB durante o mandato de Stábile, não se pode esquecer que até mesmo dentro da Ordem uma inversão de papéis tem ocorrido, o que, por sua vez, prejudica toda a gestão.
“As situações vividas hoje pela OAB são estritamente administrativas. Basta que o Conselho da Ordem se reúna e delimite as metas a serem cumpridas. Porém, hoje, em determinados assuntos o presidente se posiciona primeiro e depois passa para o Conselho, quando deveria ser o contrário. Isso é equivocado. É uma estrutura administrativa que precisa ser mudada e não depende de nada e de ninguém, e sim exclusivamente da OAB”.
Definição de candidatura
Conforme Darlan, a definição quanto a sua candidatura ou não à presidência da OAB-MT deve sair até março do próximo ano. O objetivo é que, até fevereiro, todas as metas estejam estabelecidas pelo grupo.
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