LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO

Diversos estudantes da Capital que realizaram a 2ª fase do XIII Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no domingo (1º de junho) denunciaram ao MidiaJur que foram prejudicados por um “apagão” de energia elétrica ocorrido no Centro Universitário Unirondon, local onde a prova foi aplicada.

Em Cuiabá, cerca de 536 alunos fizeram a 2ª fase (e última) da prova, que estava marcada para iniciar ao meio dia e terminar às 17h.

A queda de energia, que ocorreu por volta das 15h, obrigou boa parte dos candidatos a realizar o exame praticamente às cegas ou entregar a prova incompleta, relatou o universitário Davi Garon, do 5º ano de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

“Em algumas salas, como a que eu estava, não dava para enxergar nada. Vários alunos entregaram a prova em branco pois passou mais de uma hora sem luz, além de uma chuva forte. Havia salas que até goteira tinham”, disse ele.

Outro estudante que se sentiu lesado foi Leonardo Maia, do último ano de Direito da UFMT.

Segundo ele, a falta de luminosidade por mais de uma hora em boa parte das salas de aula tornou a realização da prova praticamente inviável, pois na 2ª fase (e última) do exame, o candidato deve responder a quatro questões discursivas e redigir uma peça prático-profissional à mão.

“Fizemos prova forçando para tentar enxergar e quando avisaram que iria voltar a energia e que o tempo perdido seria estendido, muita gente já tinha saído da sala, já tinha desistido. Eu consegui, forçando as vistas, mas não aguentei ficar dentro da sala, porque eu não sabia se ia voltar a luz ou não”, lamentou.

De acordo com o acadêmico Guilherme Audax, também do último ano do curso de Direito da federal, o incidente deixou boa parte dos candidatos inseguros, pois ainda não foi emitido nenhum comunicado oficial do Centro Universitário Unirondon ou da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – responsável pela aplicação do exame.

“Eu continuei a fazer a prova, assim como muitos colegas, mas acabamos nos prejudicando com a situação. Na minha sala estava um pouco claro, mas teve sala que estava bem pior, porque ficava no meio do corredor, sem janela, só a pouca luz que vinha da porta”, criticou.

Providências

A Fundação Getúlio Vargas, até o fechamento desta matéria, não se posicionou sobre o assunto à redação, em contato feito por telefone e email.

A direção do Centro Universitário Unirondon informou que o motivo do apagão foi um desligamento de energia programado pela Energisa, que abrangeu tanto a Unirondon quanto a Universidade de Cuiabá (Unic). No entanto, ambas as faculdades não teriam sido notificadas do desligamento.

Ainda segundo o Centro Unirondon, a queda de energia durou apenas 20 minutos e não teria causado transtorno aos candidatos.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT) informou que está no aguardo de informações mais precisas sobre o caso para dar encaminhamento à OAB Nacional.

“O diretor da Faculdade de Direito da UFMT me informou da situação, porque ele me disse que foram várias as reclamações e ocorrências, e solicitei que me encaminhasse por escrito os pedidos dos alunos, para que pudéssemos repassar à Comissão Nacional do Exame de Ordem, responsável por decidir o que fazer diante disso. Estou aguardando por email, assim que chegar enviarei para o presidente da Comissão do Exame de Ordem daqui, que enviará para a nacional”, pontuou.

O exame

A aprovação no exame, realizado simultaneamente em todo o país, é requisito necessário para ingressar nos quadros da OAB e poder atuar na advocacia.

A prova se consiste em duas fases. Na primeira fase são aplicadas questões objetivas de múltipla escolha. Na segunda, o candidato deve responder quatro questões discursivas e elaborar uma peça prático-profissional.

Os que reprovarem na segunda fase não precisam realizar novamente a primeira fase caso queiram se inscrever novamente na prova.

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