LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO

O advogado mato-grossense Silvio Queiroz Teles teceu críticas ao atual modelo do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, aplicada pela própria entidade em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

A prova, destinada aos acadêmicos e bacharéis em Direito e cuja aprovação é requisito fundamental para exercer a prática da advocacia, é vista por Silvio como “insuficiente” na missão de atestar se o candidato está ou não preparado para atuar na profissão.

“Esse modelo não capta suficientemente o preparo do candidato. É melhor do que não ter nada, mas poderia ter mais eficiência”, disse ele, que preside a Comissão de Direito Eleitoral da OAB em Mato Grosso.

A crítica é referente ao formato aplicado na prova, que consiste em responder a questões objetivas de múltipla escolha, redigir à mão uma peça prático-profissional e acertas as questões subjetivas.

“Advogar não é responder questão, nem objetiva nem subjetiva. E também não é fazer peça em um pequeno intervalo de tempo”, opinou.

Para Silvio, a prova teria muito mais eficiência se fosse aplicada como uma extensão prática da Faculdade de Direito, em que o candidato seria avaliado pelo desempenho no dia a dia da advocacia.

“Poderiam ser criadas turmas com 30 candidatos durante um estágio de um bimestre, um trimestre, ou um semestre, com um advogado como monitor. Seria avaliada principalmente a base da advocacia, que é saber peticionar com todos os critérios: profundidade, riqueza de termos, riqueza de ilustrações, pesquisa aprofundada, estética das relações, abordagem, comunicação, pontualidade. Avaliar como ele conversa com o servidor na secretaria da vara, como ele vai no gabinete, como ele se dirige ao juiz. Isso sim é trabalho de advogado”, sugeriu.

Situação geral

Em um balanço das últimas nove edições, menos da metade dos candidatos de todo o Brasil passaram no exame, cuja média nacional de aprovação ficou em 46%.

Já em Mato Grosso o número foi ainda mais negativo e, com 37% de aprovação, o Estado ficou em 5º lugar no país entre os que menos possuem candidatos aprovados (leia AQUI).

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