ALEXANDRE APRÁ
DA REDAÇÃO
O baixo número de bacharéis em Direito aprovados no último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revela a má qualidade de ensino e a precariedade das instituições de ensino privadas de Mato Grosso, especialmente em Cuiabá.
Levantamento feito pelo MidiaJur revela que, das quatro instituições privadas que oferecem o curso na Capital, apenas a Universidade de Cuiabá (Unic) conseguiu aprovar mais de 20% dos candidatos oriundos da instituição. Os dados foram divulgados pelo Conselho Federal da OAB.
O pior desempenho foi da Faculdade Afirmativo, que só conseguiu aprovar 8,33% dos bacharéis. O índice do Icec foi de 10,98%, enquanto da Unirondon de 13,08%.
Em Várzea Grande, o índice da Univag ficou em 13,08%, enquanto a da Amec, que pertence ao mesmo grupo educacional da Unic, só conseguiu ver aprovados 7,69% dos candidatos que se formaram na instituição.
Enquanto as instituições privadas se mostram verdadeiras “fábricas” de bacharéis em Direito sem qualificação para ingressar na carreira de advogado, as instituições públicas dão exemplo de que ainda representam a força intelectual na profissão.
A Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) conseguiu aprovar 45% dos seus ex-alunos no Exame. Enquanto a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) continua como líder no ranking estadual de desempenho com 64,91% de aprovados.
Entretanto, os números da UFMT ainda se mostram abaixo aos de outras universidades públicas do País, principalmente do Sudeste e Sul, que apresentam média de 70%.
Muitos cursos e má qualidade
Para o presidente da seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Stábile, os números confirmam que os cursos de Direito precisam ser mais fiscalizados e acompanhados pelo Ministério da Educação.
Segundo Stábile, a OAB já vem fazendo um trabalho preventivo junto às instituições através da Comissão de Ensino Jurídico da entidade. O presidente da OAB garantiu que é feito um acompanhamento junto às faculdades. “Diversos relatórios são feitos e encaminhados ao Conselho Federal, que apresenta ao MEC”, explicou Stábile.
Ele explicou que são analisados diversos aspectos como a qualificação do quadro de professores, a estrutura das faculdades e o número de alunos por sala. Cláudio Stábile também pontuou que a média ideal de aprovação dos candidatos deveria, em tese, ser de, no mínimo, 50%.
No entanto, ele ponderou que o alto número de cursos de Direito espalhados pelos País resulte em um baixo rendimento dos bacharéis no exame da Ordem. “Depois disso, a OAB cobra o MEC para que exija das faculdades as adequações que precisam ser feitas e que isso tenha um prazo”, enfatizou.
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