ALLAN PEREIRA E LÁZARO THOR
Da Redação
O trabalhador em serviços gerais Rafael Silva de Oliveira, que confessou ter matado o colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos com 15 facadas e um golpe de machado no pescoço no município de Confresa (a 1.135 Km de Cuiabá), já foi preso por estelionato.
Na ocasião, ele causou um prejuízo de mais de R$ 300 a dois proprietários de lanches de rua de Confresa, após falsificar comprovantes de transferências PIX.
De acordo com o boletim de ocorrência sobre o caso, no dia 05 de fevereiro deste ano, Rafael fez um pedido de de lanche via WhatsApp, falou que ia pagar via PIX e enviou um comprovante falso no valor de R$ 34,00.
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Nos dias 28 de fevereiro, 07, 10 e 17 de março, Rafael voltou a fazer os pedidos dos mesmos lanches, com os mesmos valores e também enviou falsos comprovantes de transferência via PIX, mas o valor não caiu na conta bancária do empresário. Todos os pedidos foram entregues na casa dele.
A partir do quarto e último pedido, o empresário começou a ficar desconfiado e procurou a Delegacia da Polícia Civil de Confresa, que pediu apoio da Polícia Militar para acompanhar o entregador até a casa do suspeito.
Rafael foi abordado no momento em que recebia o lanche e confessou que estava falsificando os comprovantes de transferência via PIX, alterando as datas e horas, pelo seu celular Iphone.
Na casa do suspeito, um dos policiais militares viu a embalagem de lanche de outro estabelecimento comercial sobre o armário e perguntou de onde havia sido entregue a comida a Rafael, que respondeu ter usado o mesmo modus operandi contra o primeiro empresário.
O iphone de Rafael foi apreendido na ocasião. Ele foi também conduzido a delegacia. Na unidade, o segundo proprietário também foi chamado e verificou que o suspeito lhe aplicou um calote de até R$ 211 em pedidos entre 8 e 17 de março deste ano.
Rafael recebeu voz de prisão, mas ganhou a liberdade provisória depois de audiência de custódia realizada da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte.
Portador de esquizofrenia - Conforme publicado pelo MidiaJur, Rafael Oliveira, que tem 24 anos, tem diagnóstico de esquizofrenia.
A reportagem apurou que a irmã de Rafael entrou na Justiça para requerer a internação compulsória do suspeito, mas o pedido foi negado em março deste ano, cinco meses antes do crime, pelo juiz José Luiz Leite Lindote da 1º Vara Especializada da Fazenda Pública de Várzea Grande.
No pedido, apresentado à Justiça em abril de 2020, a parente de Rafael destaca que ele tem quadro de surto psicótico grave, delírio e ideias homicidas.
Na decisão, o magistrado da Vara aponta que a internação compulsória se mostra "imprudente e desarrazoada".
Assassinato de colega - No momento de ser preso pela Polícia Militar, na manhã de quinta-feira (08), Rafael contou que ficou "fora de si" e estava arrependido por matar Benedito, de 42 anos, na zona rural de Confresa. O assassinato ocorreu na quarta-feira (07).
Os dois dicutiram porque votavam em candidados à presidência diferentes: Benedito, a vítima, era eleitor de Lula (PT) e Rafael, que confessou o crime, votaria no presidente Jair Bolsonaro (PL).
Depois de detido, Rafael prestou depoimento às 14h de quinta-feira na Delegacia de Confresa e contou detalhes de um crime bárbaro. Ele desferiu 15 facadas na vítima, algumas nas costas e no olho, além de ter tentado decapitar seu rival utilizando um machado da propriedade rural onde trabalhavam.
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