THIAGO STOFEL
DA REDAÇÃO
A Polícia Militar de Mato Grosso informou, por meio de nota oficial, que o capitão Cirano Ribas de Paula, de 40 anos, foi exonerado do cargo de comandante da unidade de Brasnorte. Ele é acusado de agredir verbal e fisicamente o soldado Duyllio José de Freitas.
Imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que o oficial desfere um soco no rosto do soldado, dentro de um posto de conveniência. O vídeo circulou nas redes sociais e gerou ampla repercussão.
Em nota, a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS-MT) e a Assessoria da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso repudiaram a suposta conduta do oficial e manifestaram solidariedade às vítimas. Um representante foi enviado até a cidade para investigar o caso.
"A Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso (ACS-MT) repudia qualquer tipo de preconceito e discriminação dentro da corporação, bem como o desrespeito no exercício da atividade policial. Diante dos últimos fatos denunciados, manifesta solidariedade e oferece total apoio na defesa do soldado e do cabo da Polícia Militar de Brasnorte, alvos de agressões físicas e verbais por parte do comandante local", diz um trecho da nota.
Além disso, foi informado que o PM está detido em um batalhão em Tangará da Serra.
Entenda o caso
De acordo com o boletim de ocorrência, tudo começou em uma confraternização em um moto clube, onde o PM Duyllio José de Freitas e o capitão Cirano Ribas de Paula Rodrigues estavam. Em determinado momento, o soldado relatou que seu comandante começou a xingá-lo publicamente, dizendo até que já tinha dormido com as esposas de todos os policiais do pelotão.
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Em seguida, o capitão foi até o PM e disse que ele era corno, já que seu filho é branco e o policial é negro. Para evitar uma confusão, o soldado tentou ir embora do local, mas foi impedido pelo seu superior, que partiu para cima dele e continuou com as ofensas.
Durante a discussão, o capitão chegou a dizer para o soldado sentar, afirmando que essa era a posição "de um cachorro e um preto". Não satisfeito, ele partiu para cima do PM e o agrediu com um soco no rosto. A ação foi filmada por uma câmera de segurança.
No dia seguinte, o PM foi até a delegacia para relatar o ocorrido aos seus superiores, mas, no local, encontrou o comandante da PM, que tentou dialogar com os soldados, chegando a dizer que o episódio não foi algo relacionado ao serviço militar e, por isso, não deveria ser denunciado. Ele tentou algemar o irmão do policial impedindo a presença de ambos, mas, a ação foi contida por outros policiais.
Após a nova discussão, o capitão Cirano foi recolhido e levado para Tangará da Serra. A Corregedoria já foi acionada e o caso está sendo investigado.
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