LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
Denúncias de professores e estudantes relativas à qualidade de ensino do Curso de Direito da Universidade de Cuiabá (Unic), unidade Beira Rio, foram encaminhadas nesta semana ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) e ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O envio dos documentos foi realizado pela diretoria da OAB em Mato Grosso, que recebeu as reclamações em novembro e dezembro do ano passado. Neste período, cerca de 15 educadores que atuam na universidade reclamaram à Ordem sobre supostas irregularidades nas políticas institucionais.
Além disso, um grupo de estudantes apresentou à seccional um abaixo-assinado com 350 assinaturas relativas à falta de qualidade do ensino jurídico oferecido.
No documento remetido ao MEC, também foram enviadas as alegações da Unic, que se defendeu das denúncias pouco antes do início do recesso forense, em 19 de dezembro do ano passado.
O presidente da Comissão dos Advogados Professores, Dejango Campos, explicou que o próximo passo da OAB-MT será aguardar as medidas que o MEC e o Conselho Federal deverão providenciar sobre o caso.
“Vamos aguardar um posicionamento. Não sei se vão enviar alguém do Conselho Federal para cá ou se as providências serão tomadas em parceria com o MEC”, adiantou o advogado, que também leciona na Unic.
Entenda o caso
Após as denúncias, as Comissões da Ordem de Ensino Jurídico, do Exame de Ordem, dos Advogados Professores e dos Estagiários da OAB-MT fizeram uma vistoria para averiguar a situação do curso de Direito oferecido na instituição de ensino.
O relato da vistoria feita pelas comissões e as queixas dos professores e estudantes foram enviados à Unic, pela OAB, acrescido de um pedido de esclarecimentos.
Segundo Dejango Campos, a universidade tem descumprido a Lei de Diretrizes e Bases da Educação que determina programas de incentivo ao docente e programas de pesquisa nas instituições de ensino.
“O que vemos é uma política mercantilista, preocupada apenas com o número de alunos, e isso atinge diretamente a qualidade do ensino e a valorização dos professores”, relatou.
Outra reivindicação, de acordo com Dejango, é relativa à falta de estrutura do curso na unidade, que não dispõe de ferramentas suficientes para um aprendizado de qualidade aos alunos.
“O Campus Pantanal tem internet wifi, datashow e aqui não tem. É possível dar aula com a mesma qualidade? Não. Os alunos sentem essa diferenciação. Como é possível, em uma sala de graduação com 90 alunos, você conseguir atingir qualidade de ensino jurídico?", criticou o advogado.
Outro lado
A assessoria da Universidade de Cuiabá se pronunciou, por meio de nota, na tarde desta segunda-feira (27).
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