DA REDAÇÃO
O Conselho Global da Igreja do Evangelho Quadrangular solicitou formalmente a renúncia do pastor e ex-deputado federal Mário de Oliveira da presidência nacional da denominação no Brasil. A medida ocorre após a revelação de uma denúncia de abuso sexual contra uma menor de idade, registrada em dezembro do ano passado.
De acordo com o boletim de ocorrência, os abusos teriam começado quando a vítima tinha apenas 14 anos. A Justiça determinou uma medida protetiva que impede o pastor de manter contato com a jovem, seus familiares e testemunhas do caso.
A carta enviada em janeiro pela cúpula internacional da igreja ao conselho nacional brasileiro exige a renúncia imediata de Oliveira. Caso ele se recuse a deixar o cargo voluntariamente, o documento recomenda que os próprios membros do conselho promovam sua destituição. “Esperamos que qualquer líder acusado de conduta sexual grave se afaste para permitir a devida investigação”, afirma o texto.
Além das acusações criminais, o Conselho Global também apontou problemas de ordem doutrinária e ética envolvendo o pastor. Vídeos que circulam em diversas partes do mundo mostram Oliveira, segundo o documento, caluniando Aimee Semple McPherson — fundadora da Igreja Quadrangular — e utilizando linguagem ofensiva contra outros líderes da igreja e suas famílias. A conduta foi classificada como “inaceitável”.
“Estamos comprometidos com um futuro brilhante para a Igreja Quadrangular no Brasil, pautado na unidade, frutificação e integridade ética na liderança. Por isso, instamos que estas questões sejam resolvidas de forma justa”, afirma o Conselho Global na carta.
Fundada nos Estados Unidos, a Igreja do Evangelho Quadrangular tem sede mundial em Los Angeles e afirma estar presente em 157 países. No Brasil, a instituição contabiliza mais de 18 mil templos e 30 mil pastores. Segundo o Censo de 2010, cerca de 1,8 milhão de brasileiros se declaravam membros da denominação.
Com forte atuação política, a igreja tem representantes no Congresso Nacional, entre eles os deputados Messias Donato (Republicanos-ES), Stefano Aguiar (PSD-MG) e Jefferson Campos (PL-SP).
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