LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O presidente da subseção de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Guerra, requereu à Justiça do Trabalho as imagens das câmeras de monitoramento do Fórum Trabalhista da cidade, visando a comprovar uma suposta ameaça feita pelo ex-juiz Paulo Martini contra a advogada Luciana Lazzari.
A advogada afirmou ter sido ameaçada pelo juiz e agredida pelo filho dele, Paulo Eduardo Martini, após uma audiência trabalhista, na manhã da última terça-feira (23).
A confusão foi iniciada durante a própria audiência, quando Paulo Martini interveio em uma discussão entre a advogada Luciana Nazzari e o filho do ex-magistrado, chamando a profissional de “incompetente”.
A advogada então rebateu e chamou o juiz de “corrupto”. A ofensa teria se baseado no fato de Martini ter sido demitido pelo Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), em fevereiro de 2016, por corrupção passiva.
O senhor Paulo Martini a chamou de ‘vagabunda’ por aproximadamente 10 vezes, e disse que ‘daria um tiro em sua cara’
Ele foi acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ter pedido um trator agrícola e R$ 7 mil em dinheiro ao advogado Celso Souza, em 2004, em troca de decisões favoráveis em processos defendidos pelo profissional.
Segundo o Boletim de Ocorrência, quando a advogada deixou a audiência com seu cliente, Paulo Martini e seu filho acuaram os dois na parte externa do Fórum.
“O senhor Paulo Martini a chamou de ‘vagabunda’ por aproximadamente 10 vezes e disse que ‘daria um tiro em sua cara’”.
Luciana Nazzari também disse, no B.O., que Paulo Eduardo Martini a empurrou algumas vezes, sendo necessária a interferência da Polícia Militar.
“Porém, o senhor Paulo Martini não foi conduzido por dizer que era juiz e que não cabia prisão àquela situação”.
Providências
De acordo com o presidente da OAB em Sinop, as imagens poderão constatar as agressões e ameaças sofridas pela profissional, para posterior ingresso de ações cíveis e criminais.
A previsão é de que as imagens sejam fornecidas ainda nesta semana.
Felipe Guerra também requereu o relatório do corpo de guarda dos militares que interviram na situação, documento que, segundo ele, irá possibilitar com que sejam feitas as “devidas representações para apurar a conduta ética do magistrado afastado”.
O presidente da OAB em Mato Grosso, Leonardo Campos, também repudiou as ameaças e agressões relatadas pela advogada.
“Em hipótese alguma a OAB-MT admitirá esse tipo de situação. É inadmissível a intimidação ao exercício profissional. Não há liberdade sem advocacia e, muito menos, advocacia sem liberdade”, disse.
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