LUCAS RODRIGUES
ESPECIAL PARA O MIDIAJUR
O advogado Pio da Silva, candidato à presidência da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Mato Grosso, criticou duramente a postura ética de seus adversários, em entrevista ao MidiaJur, nesta terça-feira (4).
Pio reconhece que todos têm legitimidade para se candidatar enquanto profissionais, porém, de acordo com ele, pecam na conduta de campanha e, no caso de Maurício Aude, candidato apoiado pelo grupo que comanda atualmente a instituição, na forma como concilia o cargo de vice-presidente com sua candidatura à presidência da entidade.
“Maurício Aude é o candidato da situação que está colhendo os frutos de uma promessa feita a ele na campanha passada. Aude era oposição, tinha propostas e idéias. Jogou tudo isso no lixo em troca de ser vice-presidente da instituição mas, com a promessa de ser candidato agora, tentando suceder o atual presidente, Cláudio Stábile. Ele só está colhendo o fruto prometido”, alfineta Pio da Silva, que se coloca como candidato “100% da oposição”.
Outro adversário, José Moreno, também não foi poupado e teve, inclusive, colocada em dúvida a independência da sua atuação, caso seja eleito presidente da Ordem.
“Em uma reunião que tivemos na praça popular com mais de 20 pessoas, inclusive diversas da oposição, era para darmos início ao trabalho de unificação das candidaturas, visando o fortalecimento do grupo de oposição. Porém, o que acabou surgindo foi a possibilidade de Moreno encabeçar uma chapa para concorrer ao cargo de presidente. Ele (Moreno) assumiu que não tinha recursos financeiros, então, pelo menos 10 pessoas do bloco simpático à sua candidatura abraçaram seu projeto. Então, José Moreno, é um candidato que tem hoje 10 ou 12, talvez mais, patrões. Caso ele saia vencedor da disputa, vai ser comandado, manipulado por essas pessoas. Ele se intitula oposição, mas não é.”
Pio da Silva também não deixou por menos quando a questão foi avaliar a única mulher na disputa, a advogada Luciana Serafim. Ele não economizou nas críticas e questionou sua conduta a respeito das supostas arbitrariedades cometidas pela atual diretoria da Ordem e que só agora ela resolveu tornar públicas.
"Ela esteve durante anos do lado de lá. Participou ativamente das ações desse grupo político que há mais de 18 anos comanda a OAB, então, por que só agora que virou candidata decidiu denunciar?. Todos conhecem bem os motivos que a levaram a abandonar o grupo de lá, então, não vejo em que sua candidatura possa representar algo de novo para a nossa categoria", afirma Pio.
E, prossegue, “Luciana Serafim esteve por quase 10 anos na situação. Ela veio de lá também, assim como o Maurício Aude e o José Moreno. É uma profissional que nós reconhecemos que tem requisitos profissionais que abonam sua candidatura, mas, chegamos a conclusão que é de notório conhecimento de todos os 16 mil advogados, como também de toda a população de Mato Grosso, os motivos pelos quais ela foi jogada prá fora da OAB. A pergunta que se faz é: por que que naquela época ela não denunciou as coisas erradas que viu e só está fazendo isso hoje?. Ela é uma 'cria' da situação. E, mais, é uma candidata a presidente que é subordinada a Eduardo Mahon. Digo isso porque tive diversas reuniões com Eduardo Mahon e com ela também, tentando propor uma unificação em prol do meu nome, o que acabou não dando certo", completa.
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