LUIZ ACOSTA
DA EDITORIA
Na opinião de vários advogados que condenam a decisão do atual presidente e conselheiro federal eleito, Claudio Stábile, de assumir compromisso antecipadamente assinando um manifesto em apoio à candidatura de Alberto de Paula Machado, vice-presidente do Conselho Federal, à sucessão de Ophir Cavalcante, essa é a segunda vez que Mato Grosso vai perder a a oportunidade de ter uma diretoria no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
De acordo com alguns juristas, Alberto de Paula Machado tem poucas chances de vitória contra Marcus Vinícuis Furtado Coêlho, atual secretário-geral da entidade, que já havia assumido compromisso de levar um representante de Mato Grosso para uma das quatro diretorias do Conselho Federal desde que pudesse contar com o apoio dos três conselheiros eleitos. O nome mais cotado seria do advogado Francisco Esgaib, reeleito para o cargo.
Contudo, Claudio Stabile desmente totalmente essa versão e diz que a decisão já havia sido tomada há bastante tempo. “Eu viajei este ano por todo o Estado, mantive contatos com as nossas bases, com as subseções que nos apóiam e a definição foi de que o apoio seria para Alberto de Paula. No mês de outubro, nos reunimos, eu, Maurício Aude, os ex-presidentes Ussiel Tavares e Francisco Faiad e os três conselheiros federais, entre eles o próprio Francisco Esgaib, discutimos e fechamos questão em torno do nome de Alberto de Paula”, argumenta.
Stábile ainda foi mais longe e disse que o próprio Esgaib foi consultado, ainda no mês de outubro, se tinha alguma pretensão de cargo no Conselho e ele negou. Em seguida, foi a Brasília e conversou pessoalmente com Alberto, hipotecando seu apoio. “Isso foi feito na presença do ex-presidente nacional da OAB, Roberto Buzato e ele pode confirmar. Agora, se ele (Chico Esgaib) mudou de posição, deve vir a público e esclarecer isso”.
Quanto à oferta de uma diretoria em troca do apoio dos conselheiros de Mato Grosso, de acordo com Claudio Stabile não passa de “conversa fiada” inventada para criar polêmica em torno do assunto.
“Não existe e nunca existiu promessa de cargo de diretoria. Aliás, essa não é a forma correta de fazer política de Ordem. Temos sim, é que pensar no todo, no macro, por isso analisamos as propostas de trabalho de cada candidato e discutimos com a nossa base, que terminou optando por Alberto de Paula Machado. Política se faz com propostas e não com barganhas”, afirma.
Críticas infundadas
A polêmica em torno desse assunto foi levantada pelo advogado Almino Afonso, que hoje é membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que considerou a formalização de compromisso com Alberto de Paula como um “atentado à democracia orgânica da OAB de Mato Grosso”.
Esse posicionamento fez também com que outras vozes se levantassem contra a direção da OAB, entre elas o ex-vice-presidente da Ordem, João Celestino, que apontou como sendo um “absurdo ver Mato Grosso mais uma vez perder uma diretoria no Conselho Nacional por conta de um jogo de interesse de um grupo que está mais preocupado em resolver problemas pessoais e paroquiais”.
Claudio Stábile considera que Almino Afonso não tem o direito de levantar esse tipo de questão na Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, da qual está desligado já há três anos. “Ele (Almino) não faz mais parte dos quadros da Ordem, então, não tem que ficar dando opinião em nada. As questões da OAB não podem ficar sendo tratadas dentro de palácios em Brasília, por gente que não tem conhecimento de causa. Eu viajei o Estado todo discutindo isso, trabalhei, ganhamos a eleição, então, não vou aceitar esse tipo de crítica. Se houve oferta de cargo de diretoria é por que alguém tentou barganhar em troca de apoio político, então, que o responsável apareça e se explique”, completou.
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