ISA SOUSA
DA REDAÇÃO
Os advogados Paulo Taques e João Celestino rechaçaram o título de candidatos a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os dois aparecem como principais nomes do grupo de oposição à sucessão do atual presidente Cláudio Stábile.
Participantes do grupo Movimento OAB Democrática e Ética, que se reúne hoje às 19h, ambos concordaram que o momento é de fortalecimento da oposição. Os advogados, no entanto, afirmaram que estão pré-dispostos a disputarem o cargo, caso seus nomes sejam indicados em consenso.
“Eu sou um nome? Sim, eu sou, assim como outros. Poderia citar pelo menos 20 advogados, do meu grupo ou não, que estariam dispostos ou seriam bons nomes. Mas, no momento, o mais importante é ter um norte, um modelo de gestão para o Ordem, que está muito perdida”, disse João Celestino, em entrevista ao MidiaJur.
Para Taques, a reunião de hoje já é uma sinalização positiva da importância da discussão, antes da tomada de qualquer decisão.
“Só o fato de advogados se reunirem é um bom sinal. Tem que existir uma visão de grupo, os advogados descontentes tem que se unir. É cedo para falar de nomes. Eu sou um soldado do grupo e não necessariamente tenho que ser candidato, mas tem que ter um candidato. Se houver esse entendimento, vamos afunilando cada vez mais”, avaliou Taques.
Objetivos compartilhados
Além de concordarem no fato de que primeiro deve haver um fortalecimento da oposição, Paulo Taques e João Celestino compartilham da mesma opinião quando o assunto são as mudanças que a OAB precisa ter em Mato Grosso.
Conforme Celestino, falta nitidez nos objetivos da Ordem. Para Taques, a entidade critica instituições sem que olhe para sua própria gestão.
“A OAB precisa parar de criticar outros poderes e olhar para o próprio umbigo e ver que não está fazendo seu dever de casa. Ela pede, por exemplo, transparência de juízes em processos administrativos e os processos que julgam advogados são sigilosos. Ela prega que todos os órgãos tem que prestar contas e ela mesma não presta para o Tribunal de Contas. Prega o fim do nepotismo e não cria concurso para os funcionários que lá trabalham. São coisas que a Ordem exige e não cumpre”, citou Taques.
“Para mim, falta posição mais clara e contundente em assuntos como o próprio exame da Ordem, de que forma ele reflete no judiciário brasileiro, por exemplo. Por que a OAB tem que passar como vilã da história? Falta clareza nos objetivos das lutas e por isso precisamos mudar”, pontuou Celestino.
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