DA REDAÇÃO
A Polícia Civil de Mato Grosso, em ação conduzida pela Delegacia de Canarana, deflagrou na manhã desta quinta-feira (17.7), a Operação Verdades Secretas, que teve como foco o cumprimento de 16 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão e medidas de quebra de sigilo telemático. A operação é resultado de uma investigação que apura a prática de crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes.
O inquérito que apurou os fatos teve origem a partir da atuação do médico e vereador de Canarana, Thiago Bitencourt (sem partido). Ele, que está preso desde 31 de maio, é investigado por múltiplos abusos sexuais e, até o momento, já foram identificados indícios concretos de diversas vítimas.
As diligências autorizadas pela Justiça foram cumpridas simultaneamente nos municípios de Canarana, Água Boa, Querência, Gaúcha do Norte, Rondonópolis, Várzea Grande e Sorriso, em Mato Grosso, além de um mandado executado na cidade de Recife, no Estado de Pernambuco.
Entre os alvos da operação estão oito pessoas ligadas ao principal investigado, dentre elas, sete mulheres que, segundo as investigações, mantinham vínculos próximos com ele, sem aparente ciência das relações paralelas entre si; e um homem, suspeito de envolvimento direto na produção, armazenamento e possível compartilhamento de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
A investigação revelou um padrão de atuação recorrente do investigado, que buscava se aproximar de mulheres com filhas ou com acesso direto a crianças. Há evidências de que algumas dessas mulheres possam ter colaborado, ainda que indiretamente, com os abusos investigados.
Durante as buscas realizadas nesta etapa da operação foram apreendidos celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos. O conteúdo desses materiais será periciado, podendo contribuir para a identificação de novas vítimas e de eventuais novos autores ainda não detectados pelas investigações.
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Aborto sob orientação do médico suspeito
Durante a operação, foi apurado que uma das suspeitas teria praticado um aborto sob orientação do médico investigado. A criança não seria filha do médico, mas o procedimento teria sido realizado sob sua orientação, o que agrava ainda mais a rede de manipulação e abuso psicológico envolvidos neste caso.
Além disso, novas vítimas de abuso sexual infantil foram identificadas ao longo da operação, o que reforça a gravidade dos crimes cometidos e a importância de continuar as investigações para garantir que todas as vítimas sejam identificadas e recebam a devida proteção.
O principal investigado encontra-se atualmente preso preventivamente por força de quatro mandados distintos, expedidos no âmbito de quatro inquéritos policiais já concluídos, nos quais foi formalmente indiciado pela prática de diversos crimes sexuais.
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