ALLAN PEREIRA E MARINA CINTRA
Da Redação
Ao som de músicas, aplausos e choro, fãs, amigos e familiares se despedem do cantor sertanejo João Carreiro, de 41 anos, no Ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá. O corpo do artista está sendo velado desde a manhã desta quinta-feira (4). Na noite de ontem, ele morreu após uma cirurgia cardíaca para colocar uma válvula no coração.
João morreu após uma cirurgia cardíaca para colocar uma válvula no coração, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O cantor é natural de Cuiabá, mas vivia atualmente com a esposa no estado vizinho. Na parte da manhã, o velório ocorreu na Câmara Municipal de Campo Grande.
O corpo de João Carreiro foi transladado de avião no final da manhã e chegou em Cuiabá no início da tarde. O espaço do ginásio, onde ocorre o velório na capital mato-grossense, foi aberto antes das 15h. O caixão com o cantor chegou depois das 17h.
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A vendedora Ana Paula, de 32 anos, que acompanha o artista desde o início da carreira, saiu do trabalho para acompanhar o velório do cantor sertanejo.
“Eu vi na televisão e nas redes sociais. Geralmente, quando esses famosos morrem, são para fora [do Estado]. Como foi próximo da nossa casa e tivemos oportunidade de ver, decidimos vir", contou ao Midiajur.
O estudante cuiabano Matheus Araújo dos Santos, 16 anos, também foi até o ginásio com um violão. Na entrada, ele cantou algumas músicas do cantor – veja vídeo abaixo. “Ele sempre levou cultura da viola caipira e da música raiz no peito. Por isso, eu busco refletir no jeito dele tocar, de compor com coração. Minha inspiração sempre foi muito grande”, disse.
Marina Cintra/Midiajur

Estudante Matheus (esq.), caubói João (centro) e locutor Arnoldo (dir.) foram ao velório do cantor no ginásio.
O caubói de rodeio João Teodoro, conhecido como “Burrinho”, disse que é amigo desde o início da carreira João Carreiro, no ano dos anos 2000, quando começou a cantar com Capataz. Ele contou que tem o número celular do cantor e chegou a mandar uma mensagem para ele quando viu que a imagem do perfil do WhatsApp tinha uma mensagem de luto. Na hora, ele não achou que fosse o amigo.
“Mandei para ele ‘ó companheiro, quem faleceu que você está de luto aí?’. Ele não me respondeu. Passou um pouquinho, minha irmã falou que João Carreiro tinha falecido. Disse que era mentira, tinha acabado de mandar um áudio para ele. Mas era o nosso amigo, que tinha ido embora. Fiquei muito abatido. Vai demorar para cair a ficha”, destacou.
O locutor de rodeio Arnoldo Procópio comentou que é da mesma cidade da família de João Carreiro, Pedra Preta, chegando a conviver com o avô e o pai do cantor. “Peguei ele no colo. Quando eu e o pai dele íamos caçar perdizes, eu o carregava no colo. O João sempre foi comunicativo”, destaca.
Arnoldo disse que a veia artística de João veio do avô e do pai do cantor. Ambos eram, segundo as palavras do locutor, tocares de viola e da moda sertaneja raiz. “João nasceu familiarizado”, disse.
Ele sempre levou cultura da viola caipira e da música raiz no peito. Por isso, eu busco refletir no jeito dele tocar, de compor com coração. Minha inspiração sempre foi muito grande
O locutor estava internado depois de uma cirurgia no ombro. Mas, ao saber do velório, ele saiu do hospital e veio até o ginásio. “O João era um cara merecedor não só por que ele é de Cuiabá, mas ele é conhecido no mundo inteiro. deixou um buraco e uma tristeza grande com a partida”, disse.
Natural de Cuiabá, o sertanejo ficou nacionalmente conhecido por participar da dupla "João Carreiro e Capataz", que fez muito sucesso durante a década de 2000 com "Bruto, Rústico e Sistemático". Em 2014, a dupla se separou, e João Carreiro seguiu carreira solo. O último show do artista foi na cidade de Pedra Preta (MT) durante a virada do ano.
A previsão é que o velório no Ginásio Aecim Tocantins dure toda a noite desta quinta-feira (4). Nesta sexta-feira (5), ele será sepultado em um cemitério da Capital. O local ainda não foi informado.
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