LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
O advogado Vilson Nery, atuante no Tribunal Defesa das Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAb-MT) e no Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), afirmou ao MidiaJur que não violou nenhuma prerrogativa profissional contra o colega Eduardo Mahon.
Vilson foi acusado por Mahon de divulgar conversa telefônica entre o advogado e o cliente João Emanuel, que estaria acobertada pela confidencialidade.
“A interceptação é pública está no processo criminal. E lá há muito mais. Quem estava grampeado não é o advogado é o cliente dele que é alvo de uma investigação. Todo mundo sabe que todos que conversam com quem está sob investigação tem as conversas registradas pelo sistema Guardião [sistema utilizado pelo Ministério Público para proceder com as interceptações telefônicas]”, disse.
O diálogo, que está encartado dentro de um processo que tramita na Justiça Estadual, foi apresentado ao Tribunal de Justiça e divulgado na imprensa. O objetivo era demonstrar que a defesa de João Emanuel tinha acesso a todas as provas e que a Justiça teria sido levada a “incorrer em erro”.
“O fato é que foi juntado no agravo uma certidão da esfera civil, da ação de improbidade administrativa e não da criminal, em que há todas as provas e que a defesa teve acesso”, afirmou.
Ele acrescentou ainda que “não age assim enquanto profissionais e não vai atacar a conduta do outro advogado”,
“Ele teve amplo acesso às provas. Só acho um equívoco essa postura de chegar ao juiz com uma certidão civil, sendo que no processo criminal há o áudio e todas as provas. Essa atitude merece atenção por esse aspecto. Isso é uma infração, mas não cabe a mim investigar”, enfatizou.
O advogado também destacou que a ação realizada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) em levar o pedido até o Tribunal de Justiça foi uma forma de demonstrar “que a magistrada foi induzida ao erro”.
Reação de Mahon
O advogado Eduardo Mahon solicitou ao presidente da OAB, Maurício Aude, que expulse o advogado do Tribunal de Defesa das Prerrogativas e suspenda preventivamente a carteira profissional.
Ao MidiaJur Aude afirmou que o caso será analisado na terça-feira (22), quando retornar as atividades na entidade.
“Tomei conhecimento ontem do caso. Não se tem certeza de quem vazou para a imprensa a informação. Não podemos fazer nenhum tipo de análise precipitada. Na terça-feira vou analisar todas as circunstâncias do fato”, disse.
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