Quinta-feira, 10 de Outubro de 2024
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Quinta-feira, 10 de Outubro de 2024
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

JUSTIÇA Segunda-feira, 04 de Novembro de 2013, 15:58 - A | A

04 de Novembro de 2013, 15h:58 - A | A

JUSTIÇA / "MERO CHICANISTA"

Advogado acusa promotor de Justiça de perseguição

Sávio estaria conduzindo investigações contra ex-secretário por razões pessoais, segundo advogado

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



O advogado Paulo Fabriny Medeiros, que defende o ex-secretário de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema), Moacir Pires de Miranda Filho, afirmou que o seu cliente estaria sofrendo uma “perseguição tresloucada”, na esfera judicial.

Segundo ele, o autor da perseguição seria o promotor de Justiça Domingos Sávio Barros Arruda, da 16ª Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá.

Conforme o advogado, tudo começou em 2005, quando o promotor acusou Moacir Pires de enriquecimento ilícito à custa dos cofres públicos. A denúncia também foi apresentada na esfera federal sob a acusação de emissão de licenciamentos ambientais de forma irregular.

Todas as acusações foram um resultado da “Operação Curupira”, desencadeada em 2005.

Segundo o advogado, a situação teria ficado crítica quando Moacir Pires concedeu uma entrevista a um veículo de comunicação da Capital, no mesmo ano das acusações. Na matéria, ele teria criticado a atuação de Domingos Sávio na área ambiental.

Desde então, conforme Paulo Fabriny, as perseguições contra o seu cliente continuaram e uma batalha judicial foi travada.

Em ação proposta em 2008, o advogado chegou a citar nos autos que não teria nenhum fundamento “um membro do Ministério Público – que deveria zelar pela aplicação da lei - proceder como se fosse um mero chicanista e não honrar a magnitude de seu cargo”.

Suspeitas do advogado

Na época da deflagração da Operação Curupira, Moacir Pires foi preso por determinação do juiz federal Julier Sebastão da Silva. O advogado fez questão de ressaltar que a prisão foi determinada pelo juiz que seria “amigo estreito” do promotor Domingos Sávio.

Outro fato que seria suspeito, de acordo com as colocações do advogado, é que a principal testemunha do caso contra Moacir se tratava do irmão do promotor, Cézar Augusto de Arruda.

Paulo Fabriny disse ainda que consta em um dos processos que o promotor foi acusado por uma testemunha de ter tentado fraudar um depoimento.

A testemunha, um funcionário da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), teria informado, nos autos do processo, que foi coagido pelo promotor para assinar um “documento incriminatório contra Moacir Pires”.

A testemunha, conforme relatou o advogado, teria se negado a assinar o documento entregue pelo promotor.

“[...] que naquela ocasião o promotor disse ao depoente que aquilo era ‘coisa de preto’; que se recusou a assinar o documento apresentado pelo promotor; que disse que o depoente era um covarde”, diz parte do depoimento do funcionário.

Na época, foi requerido pelo advogado que o depoimento chegasse às mãos do procurador-Geral de Justiça, Paulo Prado, para que fossem tomadas as providências contra o suposto ato do promotor, mas o juiz Julier acatou o pedido do MP para suspender o requerimento.

Suposta manipulação e ocultação


"A atitude do Domingos Sávio foi de ignorar o laudo e se não fosse uma feliz coincidência do destino [...] a defesa e Moacir jamais tomariam conhecimento do referido documento"

Segundo acusação do MP que tramita na Justiça Federal, Moacir Pires teria emitido, enquanto secretário da Sema, seis licenças ambientais de maneira irregular/ilegal. Os indícios foram baseados em um laudo produzido por funcionário do Ibama, posteriormente emitido pela Sema.

Paulo Fabriny disse que outra perícia, feita in loco, por um inspetor do Rio Grande do Sul, a pedido do promotor Domingos Sávio, teria constatado que os laudos do Ibama haviam sido manipulados para incriminar a Sema.

“Pode-se observar nos processos 3630/03 e 2751/01 a total manipulação das informações constantes na tipologia vegetal emitida pela FEMA [atual Sema] no relatório do IBAMA, de maneira a promover um entendimento de que a FEMA estivesse causando prejuízo ao Meio Ambiente”, diz a conclusão do laudo feita a pedido do MPE.

Ocorre que, segundo Fabrinny, a perícia do inspetor gaúcho foi ocultada pelo promotor. Ela só teria sido descoberta, conforme o advogado, dois anos depois, em 2007, quando Moacir Pires encontrou o inspetor, de forma acidental, no Aeroporto Marechal Rondon.

“A atitude do Domingos Sávio foi de ignorar o laudo e se não fosse uma feliz coincidência do destino [...] a defesa e Moacir jamais tomariam conhecimento do referido documento”, relatou o advogado.

Após nova inspeção nos locais, realizada pela Superintendência da Polícia Federal em 2009, foi corroborado que as licenças ambientais haviam sido emitidas de forma correta.
“Mesmo assim, Domingos Sávio continua a requerer novo laudo complementar para o caso, oito anos após oferecer a denúncia”, disse Fabriny.

Ação extinta


Além das acusações de fraudes em licenças ambientais na esfera federal, o promotor também acusa Moacir Pires, desde 2008, de ter enriquecido ilicitamente enquanto comandava a Sema, devido à dissonância entre os rendimentos que o mesmo recebia na secretaria e os valores patrimoniais que constam junto à Receita.

Todavia, os pedidos para bloquear os bens de Moacir foram negados em primeira instância, no mesmo ano. O juiz Agamenon Alcântara acatou os argumentos de que o ex-secretário era dono de diversas empresas que justificam a renda e os bens declarados, negando a liminar pleiteada.

O promotor então entrou com um recurso de agravo de instrumento, também negado pelo desembargador Juracy Persiani.

O curioso, segundo Paulo Fabrinny, é que, no mesmo dia em que o promotor tomou ciência da decisão do desembargador, entrou com outro recurso de agravo de instrumento sobre o mesmo tema. Apesar de repetido, o recurso foi distribuído para a desembargadora Marilsen Addario.

“Como foi possível a distribuição para outro relator é uma explicação que o Domingos Sávio deveria dar, e, por certo, todos nós temos o maior interesse em ouvir”, disse o advogado.

Em julho deste ano, a juíza Célia Regina Vidotti, auxiliar da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, não acatou o pedido formulado pelo MPE e extinguiu a ação com resolução do mérito.

Justiça Federal

O processo na esfera federal aguarda decisão do juiz sobre a necessidade ou não da emissão de um novo laudo pericial, quanto à existência de possíveis irregularidades nas licenças emitidas.

Outro Lado

Até o fechamento desta edição, o promotor não havia se manifestado sobre o assunto.

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.


Comente esta notícia

Prefeita eleita cobra de derrotado criação da comissão de transição em VG
#GERAL
VÁRZEA GRANDE
Prefeita eleita cobra de derrotado criação da comissão de transição em VG
PC prende 5 por matar jovem suspeito de abuso sexual
#GERAL
SALVE FATAL
PC prende 5 por matar jovem suspeito de abuso sexual
Adolescente sofre tentativa de assédio sexual em escola de MT
#GERAL
ASSÉDIO NA ESCOLA
Adolescente sofre tentativa de assédio sexual em escola de MT
MT entrega novo socioeducativo e triplica número de vagas em Sinop
#GERAL
R$ 14,3 MILHÕES
MT entrega novo socioeducativo e triplica número de vagas em Sinop
Pai e filho adolescente matam rapaz a tiros em Mato Grosso
#GERAL
FAMÍLIA DO CRIME
Pai e filho adolescente matam rapaz a tiros em Mato Grosso
Polícia divulga imagem para localizar assassino da esposa
#GERAL
FEMINICÍDIO
Polícia divulga imagem para localizar assassino da esposa
Confira Também Nesta Seção: