LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
Há quase um mês o presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Alto Araguaia (247 km de Cuiabá), Moises Borges Rezende Júnior, procura um advogado para realizar a defesa de Evanderly Moreira de Lima, que assassinou a juíza Glauciane Chaves de Melo, em junho.
No entanto, todos os advogados com quem Moisés conversou teriam se negado a realizar o feito. Um dos motivos é a comoção popular que o homicídio da magistrada, morta com três disparos dentro da comarca de Alto Taquari, onde era titular, causou aos habitantes da região.
“Não só pela forma da morte, mas a juíza em si era muito querida por todos. Ninguém está querendo mexer com isso, já mandei ofício e email para todo mundo”, relatou.
Outra razão para a negativa geral são os comentários de que os honorários para a realização da defesa seriam aquém do que a classe considera satisfatório.
“Há também essa questão de valores, porque parece que a Dra. Deuzânia, que havia assumido a instrução, não concordou com os honorários arbitrados e desistiu. E isso repercutiu mal”, disse o presidente da subseção.
Moises Borges afirmou que nesta terça-feira (03), irá até a Comarca de Alto Taquari tentar resolver a situação com o juiz Luiz Felipe Lara de Souza, responsável pela ação penal contra Evanderly.
“Se não conseguirmos um advogado em Alto Taquari, pretendo pedir à diretoria da OAB-MT um advogado de Cuiabá para atuar no caso”, destacou.
Tramitação
Em setembro, o juiz Luiz Felipe Lara de Souza manteve a prisão preventiva de Evanderly e estabeleceu honorários de 13 URH (R$ 9.100,00) à advogada nomeada para defender o réu, Deuzânia Marques Vilela Alves.
Deuzânia solicitou que o valor dos honorários fosse elevado e o magistrado aumentou o valor para 20 URH (R$ 14.000,00) em outubro.
Todavia, ela preferiu abandonar a causa.
Em novembro, o magistrado designou ao presidente da OAB de Alto Araguaia que indicasse um novo advogado para defender Evanderly.
O acusado irá enfrentar júri popular pelamorte da juíza. A data do julgamento ainda não foi marcada.
Entenda o caso
Glauciane Chaves de Melo foi assassinada na manhã de 7 de junho, pelo ex-marido Evanderly de Oliveira Lima (43), no fórum da cidade, após uma discussão. Eles foram casados por oito anos e se separaram no final de 2012.
O acusado deu três disparos, sendo que dois tiros acertaram na região da nuca da magistrada, e fugiu em seguida. Ele foi preso três dias depois (10 de junho), quando foi localizado em uma região de mata, na zona rural da cidade.
Durante a fuga, Lima, que já foi bombeiro militar e atuava como enfermeiro, utilizou roupas camufladas e capim seco para se encobrir durante o dia. Durante a noite ele andava para não ser localizado pelos policiais.
À época, quando foi ouvido na delegacia, Evanderly Lima utilizou seu direito de permanecer calado e só falar em juízo.
Informalmente, em conversa com o delegado, afirmou que no dia do assassinato tinha ido até o fórum para conversar com a magistrada, pois não concordava com a separação, e queria reatar o casamento.
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