DA REDAÇÃO
Ele referiu-se às reportagens publicadas pelo MidiaJur sobre a denúncia do empresário Douglas Yoshimura, do Expresso Juara Ltda., que diz ter sido procurado por supostos intermediários interessados na venda de uma decisão judicial.
"É natural que o presidente da associação se posicione, para defender, com espírito corporativo, seu segmento. Mas nos parece exagero tachar a imprensa de 'irresponsável' e 'sensacionalista'. Aliás, prova de que as reportagens do site não são 'irresponsáveis' é o próprio fato de o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Rubens de Oliveira, ter rapidamente agido, numa demonstração de transparência e zelo, para averiguar a denúncia, e solicitado abertura de inquérito policial à Secretaria de Estado de Segurança Pública"
"A Amam aguarda o desdobramento dos fatos e está atenta e atuante na defesa dos direitos dos magistrados mato-grossenses”, finalizou, na nota.
O jornalista Luiz Acosta, editor do MidiaJur, rebateu as críticas do presidente da Amam, negando "interesse meramente midiático" sobre o tema.
Além disso, o jornalista ressaltou que o MidiaJur não "envolveu" o juiz Márcio Guedes no noticiário, como disse Moreno Júnior na nota.
"Foram o empresário e seu advogado, Rolf Talys Osorski Santiago, que citaram o referido magistrado, por sua filha ter advogado para uma das partes. Mais uma vez, é importante ressaltar que o site reproduziu, ou reportou, um posicionamento de dois cidadãos, devidamente identificados e que se dispuseram a vir à público", disse.
"É natural que o presidente da associação se posicione, para defender, com espírito corporativo, seu segmento. Mas nos parece exagero tachar a imprensa de 'irresponsável' e 'sensacionalista'. Aliás, prova de que as reportagens do site não são 'irresponsáveis' é o próprio fato de o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Rubens de Oliveira, ter rapidamente agido, numa demonstração de transparência e zelo, para averiguar a denúncia, e solicitado abertura de inquérito policial à Secretaria de Estado de Segurança Pública", afirmou Acosta.
"A própria Corregedoria Geral de Justiça de Mato Grosso, na figura da juíza auxiliar Selma Rosane Santos Arruda, também agiu prontamente e já tomou o depoimento do empresário. Ora, será que o comando do Tribunal de Justiça do Estado tomaria tais medidas, exemplarmente ágeis, se se tratasse de uma reportagem 'irresponsável'?", questionou o jornalista, ressaltando que a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso também se manifestou em relação ao caso.
Segundo ele, é papel da imprensa reportar assuntos de interesse social, inclusive em forma de denúncias, desde que com responsabilidade e seguindo os preceitos legais e profissionais.
"O site tem feito seu trabalho de forma isenta e imparcial, sem formar juízo de valores, pois esse não é o seu papel. Além disso, foi oportunizada a posssibilidade de todas as partes se posicionarem e, em nenhum momento, o site jogou suspeitas sobre o magistrado", disse.
Apesar de discordar da posição do presidente da Amam, o editor Luiz Acosta disse que a respeita.
"Ele usa de suas prerrogativas e está no seu direito. Mas, somos obrigados a discordar frontalmente das suas palavras, até porque a imprensa tem papel fundamental para as manutenção das garantias constitucionais - e para a depuração das instituições, como o próprio Poder Judiciário. Exemplo disso são as atuações da imprensa no chamado 'Escândalo do Mensalão', na Operação Asafe, que investiga comércio ilegal de decisões judicias; e no próprio afastamento compulsório de magistrados de Mato Grosso pelo Conselho Nacional de Justiça", afirmou.
Veja abaixo a íntegra da nota da Amam:
"A Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM) repudia qualquer manifestação que macule a imagem do Judiciário do Estado e de juízes e desembargadores que atuam em Mato Grosso. Diante da notícia veiculada pela imprensa mato-grossense envolvendo o juiz da 1ª Vara Especializada de Fazenda Pública de Cuiabá, Márcio Aparecido Guedes, a AMAM destaca que até então, não havia qualquer representação contra o magistrado junto à Corregedoria, demonstrando dessa forma o interesse meramente midiático sobre o tema.
É lamentável que, alguns veículos de comunicação, na ânsia por audiência e público, apelam por notícias sensacionalistas e irresponsáveis, que prejudicam a imagem de pessoas sérias.
É válido ressaltar ainda a atuação honrosa dos magistrados deste Estado, que trabalham diuturnamente para garantir que os processos sejam julgados em tempo recorde, mesmo diante das dificuldades físicas e de pessoal, com o número de magistrados e servidores reduzidos.
A Associação não medirá esforços, inclusive sob a égide judicial, para manter a imagem do Judiciário mato-grossense fortalecida, pois reconhece o esforço de seus membros em garantir uma prestação jurisdicional digna à sociedade. A AMAM aguarda o desdobramento dos fatos e está atenta e atuante na defesa dos direitos dos magistrados mato-grossenses".
AGAMENON ALCÂNTARA MORENO JÚNIOR
Presidente da AMAM
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