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JUSTIÇA Sábado, 12 de Março de 2016, 10:50 - A | A

12 de Março de 2016, 10h:50 - A | A

JUSTIÇA / SHOPPING COM 700 SALAS

Arquiteto confessa que emprestou nome para Zílio comprar área

José da Costa Marques projetou casa de ex-secretário no Florais, onde recebeu proposta

DO MIDIANEWS



O depoimento do arquiteto José da Costa Marques à Polícia Civil ajudou a elucidar a trama que resultou na deflagração da segunda fase da Operação Sodoma, nesta sexta-feira (11), em Cuiabá.

Costa Marques é dono da empresa Matrix Sat Rastreamento de Veículos Ltda. e aceitou emprestar seu nome (ou figurar como “laranja”) para que o ex-secretário de Estado Cesar Zílio comprasse, em 2012, um terreno de 30 mil metros quadrados, na Avenida Beira Rio, em Cuiabá.

Na área, Zilio iria construir um shopping popular, com 700 salas de aluguel.

“José da Costa Marques teria esclarecido que é arquiteto e que nesta condição foi procurado por Cesar Zílio, que lhe disse interessado em proceder investimento na área de corporações imobiliárias, optando, finalmente, pela construção de um shopping popular. Zílio, justificando sigilo comercial, teria solicitado que o arquiteto figurasse como comprador da área, coisa que o mesmo não estranhou, já que, segundo ele, é comum que compradores ocultem sua verdadeira identidade, até para manter reservas do investimento”, relatou a juíza Selma Arruda, em sua decisão que mandou prender Zílio nesta sexta.

Segundo o relato da Polícia Civil, após a lavratura do contrato entre a empresa Matrix, de propriedade de José da Costa Marques e os vendedores (entre eles André de Souza Maggi, filho do senador Blairo Maggi), foi elaborado um “contrato de gaveta” entre a empresa e Antelmo Zílio, pai de Cesar Zílio.

As investigações revelaram que durante o ano de 2011, quando o arquiteto José da Costa Marques acompanhava a construção da atual residência de Cesár Zílio, localizada no Condomínio Florais dos Lagos, recebeu vários cheques de emissão da Consignum, entregues por Cesar para saldar a aquisição de materiais de construção utilizados naquela obra.

A negociação, que ao que tudo indicava teria sido feita entre os vendedores e Matrix e José Costa Marques, na verdade ocorreu em favor a organização criminosa

“Esse aspecto, segundo o Ministério Público, revela que o relacionamento espúrio de Cesar Zílio com a empresa Consignum remonta desde aquele ano e que o aditivo que prorrogou o período de vigência do contrato com o Estado de Mato Grosso foi assinado por Cesar em março de 2011”, relatou a juíza.

Segundo as investigações, a compra do imóvel aconteceu no dia 18 de junho de 2012. O pagamento se deu em quatro parcelas ajustadas: a primeira, de R$ 3 milhões em dinheiro, foi quitada no ato da compra, em dinheiro. Outros R$ 1.134.400,24 tiveram vencimento no dia 2 de julho daquele ano.

Os últimos dois – ambos no valor de 4.344.399 – venceram em 180 e 360 dias após a primeira parcela.

Segundo consta na decisão da juíza Selma Arruda, tudo levava a crer que quem estava comprando o terreno era a empresa Matrix.

“A negociação, que ao que tudo indicava teria sido feita entre os vendedores e Matrix e José Costa Marques, na verdade ocorreu em favor a organização criminosa. O fato só foi descoberto, segundo a representação, porque as investigações iniciadas na Operação Sodoma1lograram descobrir que pelo menos 11 (onze) dos cheques emitidos pela empresa Casa da Engrenagem Distribuidora de Peças Ltda., entregues ao ex-secretário Pedro Jamil Nadaf, a título do pagamento da propina exigida para a fruição do Programa Prodeic, totalizando a importância de R$ 51.410,00. E, ainda, um cheque de emissão da NBC empresa constituída em nome de Pedro Nadaf no valor de R$ 3.590,00 (três mil quinhentos e noventa reais), foram utilizados para saldar aquisição de área urbana”, diz os relatos.

Ainda conforme os autos, os cheques totalizando R$ 51.410 teriam sido entregues a Pedro Nadaf, mas acabaram sendo utilizados por Cezar Zílio. “O que evidencia sua participação na organização criminosa”, escreveu a magistrada.

Cheques e empresas

A quebra de sigilo dos investigados permitiu a conclusão de que o terreno foi pago principalmente com cheques de terceiros – pessoas físicas ou jurídicas que mantinham contrato de prestação de serviço firmados com o Estado, exatamente na época em que Zilio era secretário de Administração.

Entre os cheques emitidos para o pagamento do terreno, 35 eram da empresa Consignum, de propriedade do empresário Willians Mischur.

Os cheques totalizaram R$ 1.207.614,83, e foram emitidos durante a vigência do contrato firmado com o Estado para a gestão dos limites de empréstimos consignados dos servidores públicos do Estado.

Os 3 cheques da Editora de Liz Ltda., de Antônio Roni de Liz, totalizaram R$ 337 mil, e também foram usados no pagamento do terreno. Os cheques foram expedidos dois dias após a publicação do contrato firmado com o Estado.

Já a empresa EGP da Silva ME (Intergraf Gráfica e Editora), de Evandro Gustavo Pontes da Silva, emitiu 3 cheques (no valor de R$ 288 mil)  poucos dias após a publicação do extrato do contrato firmado entre o Estado de Mato Grosso e a referida empresa.

Outra empresa, a Webtech Softwares e Serviços, de Julio Minoru Tsuji, emitiu 2 cheques no valor de R$ 89 mil, nos mesmos meses em que houve empenho da Secretaria de Administração para pagamento de serviços prestados ao Estado.

 

 

 

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