ÉRIKA OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), presidida pelo deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), demitiu o chefe de gabinete do deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB), Francisvaldo Mendes Pacheco.
Francisvaldo Mendes, o "Dico", foi preso pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) no dia 5 de outubro, na deflagração da segunda fase da Operação Ventríloquo, denominada Filhos de Gepeto. Ele está detido no Centro de Custódia da Capital.
O ato, com efeito retroativo ao dia 31 de agosto, foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) que circula nesta sexta-feira (14).
“Dico” era servidor comissionado na AL e ocupava o cargo de assessor parlamente APG 10. Ele recebia mensalmente R$ 11.896 reais.
Além de Francisvaldo Mendes, o Ato nº 316/2016 exonerou outros 31 servidores lotados em cargos comissionados na AL-MT.
Motivo da prisão
O Ministério Público Estadual (MPE) acusou Francisvaldo Mendes Pacheco de ter se beneficiado com R$ 301,9 mil supostamente desviados da Assembleia Legislativa, entre os anos de 2013 e 2014.
A segunda fase da Operação Ventríloquo, denominada Filhos de Gepeto, foi deflagrada após novas informações surgirem com o acordo de colaboração premiada do advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues - apontado como "lobista" das tratativas.
A operação apurou suposto esquema que teria desviado R$ 9,4 milhões da Assembleia, por meio de pagamentos indevidos ao então advogado do HSBC e delator dos crimes, Joaquim Fábio Mielli Camargo.
Os pagamentos eram referentes a uma dívida do Legislativo com o antigo Seguro Saúde Bamerindus. Do valor total pago, segundo o Gaeco, 45% voltaram para os membros do suposto esquema.
De acordo com a denúncia, em 2012, Francisvaldo Mendes foi procurado pelo advogado Julio Cesar, para que intermediasse junto ao deputado Romoaldo – presidente da Mesa Diretora, na época -, os trâmites para o pagamento da dívida.
Na ocasião, segundo o Gaeco, Franscivaldo Mendes, teria exigido para si "uma percentagem do valor que viesse a ser pago, o que posteriormente efetivamente veio a ocorrer".
Conforme a denúncia, o chefe de gabinete recebeu R$ 241,9 mil usados para o pagamento de um empréstimo com o empresário Rodrigo Santiago Frisson, da empresa Canal Livre Comércio e Serviços Ltda.
O Gaeco ainda declarou que Francisvaldo Mendes recebeu mais R$ 60 mil do suposto esquema. Um dos vídeos feitos pelo delator, inclusive, flagrou o assessor conversando sobre as tratativas ilícitas.
Além de Francisvaldo Mendes, nesta segunda fase da Operação Ventríloquo, o advogado Julio Cesar foi novamente denunciado pelo Gaeco, pela prática do crime de extorsão.
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