LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
O suposto atentado que o juiz Marcelo Sebastião Prado de Moraes sofreu em Tangará da Serra pode ter relação com o processo que investiga o envolvimento de seis novos réus no assassinato do vereador Daniel do Indea, ocorrido em 2001. Entre os acusados da prática do crime estão o prefeito de Tangará da época, Jaime Luiz Muraro, os ex-vereadores Antônio Lopes Gonçalves, o Toninho da Vaca Gorda, e Ana Maria Urquiza Casagrande, além dos ex-secretários municipais de Muraro, Névio Bortoluzzi e José Cláudio, o Caio Vani, e do empresário Argeu Fogliatto, que teria interesses na concessão do serviço de água no município.
Coincidência ou não, o atentando aconteceu justamente na semana em que o caso está sendo julgado pelo magistrado. A primeira audiência de instrução e julgamento começou terça-feira (22/5) e a previsão é que a sentença seja concedida até esta sexta-feira (25).
O caso teve início após uma nova denúncia feita pelo Ministério Público Estadual, em 2008, apontando que o homicídio não teria tido a participação apenas do ex-suplente do vereador Luiz Antônio de Oliveira, o Peba, que já foi condenado pelo crime. O MPE acusa os outros réus de participação no assassinato.
Entenda o caso
O vereador Daniel do Indea foi morto logo após sair de uma sessão da Câmara de Vereadores, em que ele se colocou contrário ao projeto que autorizava a concessão da água do município. Na mesma sessão, o projeto foi aprovado por maioria. Ele foi assassinado às três horas da manhã, quando chegava em casa.
Daniel era considerado o maior opositor à privatização do serviço e, inclusive, chegou a organizar manifestações na cidade contra a proposta de Jaime Muraro.
A concessão da água nunca se concretizou. Ela foi cancelada após a descoberta de que vereadores teriam recebido propina para aprovar o projeto.
Condenações
Além de Peba, a Justiça já condenou Oclair José Francisco, o Dunguinha, e Edileu Aparecido pelo envolvimento no assassinato do vereador. Dunguinha teria conduzido a moto utilizada para o assassinato e teve o benefício da delação premiada. Ele recebeu pena de nove anos de prisão. Foi ele quem delatou a participação de suplente Peba, como mandante do crime, e também do executor Edileu.
Atentado contra o juiz
Nesta semana, o padrão de energia da residência do juiz Marcelo Moraes foi desligado e a energia elétrica foi corta. Do lado de fora da casa, dois homens estavam armados à espera do juiz, que não saiu da residência, após perceber a presença dos bandidos. Logo depois do fato, o magistrado acionou a Polícia Militar e os homens fugiram do local.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.