LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O advogado Marcelon Angelos de Macedo, que representa a família das vítimas de acidente ocorrido no telhado do Shopping Pantanal em junho de 2011, afirmou que a defesa do estabelecimento “é frágil” ao tentar se eximir da responsabilidade sobre a tragédia, que culminou na morte de dois adolescentes e deixou outros dois feridos.
A declaração foi feita antes de entrar na audiência de instrução e julgamento que acontece no Fórum de Cuiabá nesta tarde (5).
“As provas contra o shopping são contundentes e irrefutáveis. Omissão de socorro, cerceamento de informação. Eles se negaram a dar informação sobre dinâmica do acidente para os médicos e para o Samu. Uma vítima ficou sem assistência por mais de uma hora no chão”, disse ele.
No acidente morreram os adolescentes Keise Siqueira e Marcelino de Souza Santos. Eles subiram, juntamente com Camyla Marques da Costa, Gustavo Oliveira dos Santos e Lucas Ricardo da Silva, no telhado da Sala 01 de Cinema, que veio a ceder. Apenas Lucas Ricardo não caiu.
Segundo o advogado, na ação de indenização movida contra o shopping, as famílias brigam não por dinheiro, mas “para que a justiça ocorra”. O processo é movido pelas famílias de Keise Siqueira e Macelino Santos, que morreram no local, e de Camyla Marques, que sofreu ferimentos leves no acidente.
“As vítimas não querem que seja discutido a questão de valores. O objetivo principal não é dinheiro, porque quando você perde um filho é uma ferida que não se cicatriza”, relatou Marcelon.
Ele ainda garantiu que, além das perdas e danos sofridos, muitos dos familiares contraíram doenças e problemas decorrentes da tragédia.
“Muitos encontram-se em quadro de depressão desde a data, com problema de saúde, perca de emprego, filhos sendo reprovados. É uma situação difícil”, contou o advogado.
Audiência
A audiência é conduzida pelo juiz Aristeu Dias Batista Vilela, da Sexta Vara Cível da Comarca de Cuiabá. A previsão é que a sentença não seja proferida nesta tarde.
Entre os argumentos favoráveis a defesa das vítimas está o fato que os adolescentes sobreviventes disseram que “não foram advertidos por qualquer pessoa que o local era perigoso, que não foram impedidos de lá ingressarem e que não burlaram nenhum tipo de segurança para transporem a porta de segurança eis que não havia ninguém vigiando-a quando eles passaram”.
O fato foi confirmando durante depoimentos na fase do inquérito policial.
A Polícia Judiciária Civil concluiu que “não restou evidenciada negligência ou imprudência quanto ao acidente que culminou com a morte e lesões corporais às vítimas destes autos, não se eximindo, porém, o condomínio Shopping Pantanal de eventuais responsabilidades decorrentes do mau atendimento prestado às vítimas logo após o sinistro, como ficou cabalmente demonstrado através de depoimentos colhidos nos autos”.
A defesa do Pantanal Shopping é feita pelo advogado Ussiel Tavares. Por telefone ele disse ao MidiaJur que apenas a direção do shopping tem autorização para comentar o assunto.
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