Defesa pede o arquivamento do processo em HC

No recurso, defesa sustenta não existirem provas que liguem o empresário a aos atiradores

LAURA NABUCO
DA REDAÇÃO

A defesa do empresário Filadelfo dos Reis Dias, acusado de ser o mandante de uma suposta tentativa de assassinato contra outros dois empresários, entre eles seu ex-sócio, ingressou com mais um habeas corpus. Desta vez, os advogados pleiteiam o arquivamento do processo alegando falta de provas.

No recurso, a defesa sustentou não haver nenhum indício que ligue Filadelfo aos cinco homens acusados de serem os executores do crime. Tal relação teria sido estabelecida pela acusação com base apenas nas afirmações de uma testemunha que teria dito ter visto Marcelo Takahashi conversando com um dos atiradores.

A defesa também teria explorado no novo habeas corpus dados que colocariam em xeque o testemunho da principal vítima, Valdinei Mauro de Sousa, a quem Filadelfo teria ameaçado de morte.

Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), o empresário relatou ter sido ameaçado por Filadelfo pela primeira vez em janeiro de 2012. Este episódio é o que teria lhe motivado a adquirir o veículo blindado que salvou sua vida e a do também empresário Wanderlei Torres, da construtora Trimec.

A defesa de Filadelfo, no entanto, teria demonstrado no habeas corpus que Valdinei já tinha como hábito possuir veículos blindados. Além disso, o boletim de ocorrência informando sobre a suposta ameaça só teria sido lavrado quatro meses após o encontro em que Filadelfo teria dito que mandaria matar o concorrente.

O habeas corpus está sob segredo de Justiça e deve ficar sob a responsabilidade do desembargador Rondon Bassil Dower Filho, que já relata outros recursos impetrados por Filadelfo. Um deles, inclusive, tem previsão de ter o mérito apreciado na próxima quarta-feira (8) pela Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Trata-se do habeas corpus que resultou na liberação do empresário da prisão preventiva, que havia sido decretada em 17 de abril. A decisão foi liminar, proferida pelo próprio Rondon Bassil em 26 de abril, três dias após Filadelfo se apresentar voluntariamente na Delegacia de Capturas.

Entenda o caso

Filadelfo é acusado de ter arquitetado, com o auxílio de seu funcionário Marcelo Takahashi, um atentado contra Valdinei e Wanderlei. O motivo, conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), seria seu interesse na fazenda Ajuricaba, uma propriedade rural com alto potencial aurífero, localizada em Várzea Grande, e que acabou sendo adquirida pelos dois últimos.

Filadelfo e Takahashi teriam contratado cinco homens para executar o crime. Valdinei e Wanderlei foram atacados por eles dentro do imóvel alvo da suposta disputa em abril de 2012. O grupo teria efetuado ao menos 30 disparos e ainda roubado cerca de 100 quilos de ouro bruto, aparelhos celulares, um detector de metal e outros pertences das vítimas.

Os empresários só saíram ilesos porque estavam dentro de um veículo blindado.