DIEGO FREDERICI
DO FOLHAMAX
O juiz da 11ª Vara Criminal da Justiça Militar, Murilo Moura Mesquita, determinou o envio do depoimento do cabo PM Gerson Corrêa ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde tramita uma ação que apura a participação do governador Pedro Taques (PSDB) num esquema de interceptações telefônicas ilegais no Estado. Corrêa, considerado um dos principais operadores das escutas, relacionou Taques aos grampos em seus depoimentos ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), realizados nos dias 28 de julho e 27 de agosto de 2018.
“Ademais, havendo conexão entre o presente feito e o IP nº 1210/DF, avocado pelo STJ, defiro o pleito do Ministério Público para determinar a remessa de cópia da mídia digital contendo o novo interrogatório do réu CB PM Gerson Luiz Ferreira Correa Junior realizado neste ato, a ser dirigido ao Ministro Mauro Campbell”, diz trecho da determinação.
O magistrado também determinou o envio do depoimento à Corregedoria do Ministério Público do Estado (MPE-MT). Na última segunda-feira (27), Gerson Corrêa admitiu que “inventou” uma “história-cobertura” sobre uma suposta ameaça a juíza aposentada Selma Arruda a pedido do coordenador do Gaeco, o promotor de Justiça Marco Aurélio, que também teve participação na suposta história falsa.
O episódio teria sido utilizado como justificativa para grampear o ex-governador Silval Barbosa e o ex-deputado estadual José Riva. “Defiro também o pleito do Ministério Público para determinar a remessa de cópia da mídia digital contendo o novo interrogatório do réu CB PM Gerson Luiz Ferreira Correa Junior realizado neste ato à Corregedoria do Ministério Público do Estado de Mato Grosso”, determinou o juiz.
A “Grampolândia Pantaneira” ganhou as manchetes dos meios de comunicação após duas reportagens do programa Fantástico, da Rede Globo, veiculadas em maio e julho de 2017. Jornalistas, médicos, advogados, políticos e até uma amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, sofreram interceptações telefônicas clandestinas que teriam sido feitas por policiais militares.
De acordo com investigações a alta cúpula da gestão Pedro Taques, bem como oficiais de prestígio na PM – como coronéis e tenentes-coroneis -, estariam envolvidos na fraude.
Há pouco menos de um ano o processo tramitava no TJ-MT sob a condução do desembargador Orlando Perri. No entanto, no mês de outubro de 2017, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, avocou (reinvidicou) os autos à instância superior pela suspeita de participação do governador Pedro Taques no esquema. Desde então o TJ-MT tem realizado atos processuais referentes apenas aos policiais militares envolvidos nas escutas ilegais.
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