AIRTON MARQUES
DA REDAÇÃO
O pedido de liberdade do médico Rodrigo Barbosa, preso na continuidade da terceira fase da Operação Sodoma, será analisado pelo desembargador Alberto Ferreira, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).
Rodrigo, que é filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), está encarcerado no Centro de Custódia da Capital (CCC) desde a última segunda-feira (25), por decisão da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.
A defesa do médico, representada pelos advogados Valber Melo e Ulisses Rabaneda, protocolou o habeas corpus no inicio da noite do mesmo dia da prisão de Rodrigo Barbosa.
Inicialmente, a medida foi distribuída ao desembargador Márcio Vidal, que estava de plantão no período. Vidal decidiu não analisar o pedido e determinou que o HC tivesse o trâmite normal, sendo redistribuído para Alberto Ferreira.
Rodrigo Barbosa é apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como o responsável por identificar possíveis empresas para participar de um suposto esquema de corrupção no Governo passado, além de atuar como arrecadador de parte da propina em nome de seu pai.
A defesa
Em nota encaminhada à imprensa, os advogados voltaram a criticar o ato de a prisão ter sido decretada com base em delações premiadas dos ex-secretários de Estado de Administração, Pedro Elias e César Zilio.
Na visão da defesa, as delações de Pedro Elias e de Zílio são contraditórias, de forma que a prisão de Rodrigo, baseada nessas declarações, torna-se algo “absurdamente temerário”.
“A decretação de sua prisão, baseada exclusivamente no depoimento de um delator, que se contradiz com outro, é absurdamente temerária, especialmente se considerar que Rodrigo, em nenhum momento, interferiu de qualquer forma na colheita da prova”, diz trecho da nota.
A denúncia
Na denúncia relativa à Operação Sodoma, o Ministério Púlico Estadual (MPE) acusa o médico Rodrigo Barbosa de ser responsável por identificar possíveis empresas para participar do esquema de corrupção no Governo passado, além de atuar como arrecadador de parte da propina em nome de seu pai. Ele também é suspeito de promover a lavagem de dinheiro para o grupo.
Autora da denúncia, a promotora Ana Cristina Bardusco diz que Rodrigo era o "longa manus" de Silval, ou seja, atuava como uma extensão do poder de seu pai.
Ao todo, 17 pessoas foram denunciadas pela promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco Silva, acusadas de esquemas de corrupção, investigados pela Operação Sodoma.
Entre eles, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-deputado José Riva, os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf, Marcel Cursi e César Zílio; o ex-prefeito Wallace Guimarães, de Várzea Grande; e os empresários Tiago Vieira de Souza Dorileo e Antônio Roni de Lis.
Eles são acusados de participar de uma organização criminosa e praticar delitos como concussão, extorsão e lavagem de dinheiro na concessão e fruição de benefício fiscal do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso.
Segundo a denúncia, a "organização criminosa" era liderada por Silval Barbosa, e tinha suas bases nas Secretaria de Estado de Indústria e na Secretaria de Estado de Administração, além da participação de Rodrigo Barbosa.
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