CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO
O desembargador Rondon Bassil Dower Filho, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, votou favorável ao habeas corpus que pedia a liberdade da adolescente que atirou e matou a amiga Isabele Ramos, em Cuiabá.
A manifestação foi feita na sessão virtual que ocorreu na tarde desta quarta-feira (14).
A garota, de 15 anos, está internada no Complexo Pomeri, em Cuiabá, desde o dia 19 de janeiro. Ela foi condenada a 3 anos de internação por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, Rondon se manifestou favorável a liberdade da adolescente e para que a detenção seja substituída por medidas cautelares.
O caso corre em segredo de Justiça. Por isso, não se sabe o teor dos votos dos magistrados.
Em seguida, o desembargador Gilberto Giraldeli pediu vista dos autos e o julgamento foi suspenso. A próxima sessão deve ser realizada dia 29 de abril.
O relator do habeas corpus, desembargador Juvenal Pereira da Silva, já havia manifestado voto a favor da manutenção da internação da garota no dia 31 de março. Desta forma, o placar da votação está um a um.
Entenda
A defesa da adolescente recorre a uma sentença foi dada pela juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, em janeiro deste ano.
Paralelo ao habeas corpus do TJ, a defesa também tenta junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) também reverter a detenção da garota. Lá, a votação já conta com dois votos pela manutenção da detenção, e três ministros ainda não votaram.
O caso
O crime ocorreu no dia 12 de julho de 2020, no Condomínio Alphaville.
A tragédia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.
No caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.
A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.
Os pais da atiradora respondem um processo separado pelo caso.Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores.
O ex-namorado dela foi condenado a prestar seis meses de serviços comunitários por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo.
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