JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO
O ex-soldado da Polícia Militar de Mato Grosso, Célio Alves de Souza, foi condenado na madrugada desta sexta-feira (15) a 24 anos de prisão pela morte dos agricultores Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, que eram irmãos, em Rondonópolis (220 km de Cuiabá).
Além dele, foi julgado também o ex-capitão Marcos Divino Teixeira da Silva, que foi absolvido por insuficiência de provas.
Os dois foram submetidos a um júri popular que durou mais de 18 horas no Fórum da cidade. A sentença foi lida pelo juiz Wagner Plaza Machado, que conduzia o julgamento, por volta das 2h45.
A execução dos “irmãos Araújo”, como eram conhecidos na cidade, foi motivada pela disputa judicial de uma fazenda de 2.175 hectares, localizada na região conhecida como Mineirinho.
Brandão Araújo Filho foi assassinado em 1999 e José Carlos Machado Araújo em 2000, ambos executados a tiros.
São apontados como mandantes do crime o empresário Sérgio Marchett e a filha dele Mônica Marchett, que também iriam a júri. Porém, no mês passado, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) decidiu não permitir que Mônica Marchett fosse a júri popular, por entender não haver indícios mínimos de que Mônica tenha qualquer ligação com os crimes.
A procuradora de Justiça Kátia Maria Aguilera Rispoli, do Ministério Público Estadual (MPE), afirmou que irá recorrer da decisão.
O júri de Sérgio Marchetti ainda não tem data marcada.
Os crimes
O primeiro crime aconteceu no dia 10 de agosto de 1999. Brandão foi surpreendido pelo pistoleiro Hércules Araújo Agostinho (Cabo Hércules), e executado a tiros de pistola em pleno centro de Rondonópolis.
O segundo crime foi em 28 de dezembro de 2000, onde José Carlos foi executado a tiros de pistola 9 mm, no estacionamento da agência central do Banco Bradesco, também na região central da cidade. Em ambos os casos, Célio Alves é acusado de ter ajudado o pistoleiro Hércules Agostinho.
O pistoleiro confesso, e já condenado, Hércules de Araújo Agostinho, apontou como mandantes dos crimes os proprietários da empresa ‘Sementes Mônica’, mesmos proprietários da Agropecuária Marchett LTDA, Sérgio João Marchett e sua filha Mônica Marchett, a qual inclusive chegou a ficar presa por alguns dias.
Uma das provas que incriminariam diretamente os mandantes foi a transferência de um veículo Gol, de propriedade da empresa “Mônica Armazéns Gerais LTDA” para um dos executores, o ex-soldado PM Célio Alves, dado como forma de pagamento pelas mortes, sendo que o pistoleiro Hércules ainda reconheceu o escritório da empresa como o local onde foram pegar a documentação do veículo.
Segundo o inquérito, o ex-capitão Marcos Divino foi responsável pelo recrutamento dos pistoleiros.
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