ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
O ex-policial civil Kleber Ferraz Albuês foi condenado foi condenado a 9 anos e 11 meses de reclusão, em regime fechado, pela morte do músico Thiago Festa Figueiredo, crime ocorrido em 2011. O julgamento terminou na madrugada desta sexta-feira (11/07). O Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Cuiabá reconheceram os crimes de sequestro, homicídio e ocultação do corpo da vítima cometidos por Kleber e pelo técnico de informática Hueder Marcos de Almeida.
O assassinato ocorreu em uma clínica de reabilitação de propriedade da mãe do ex-policial, para onde a vítima foi levada à força depois de ter sido abordado em uma blitz, quando estava acompanhado de um amigo, sendo acusado de posse de drogas. Mesmo sem autorização da família de Thiago, o policial teria forçado, sob ameaça de uma arma, a vítima a ir até a clínica de propriedade de sua mãe.
Na clínica, Thiago foi dopado contra a vontade com um coquetel de medicamentos controlados, apelidado de “danone”. Thiago teria avisado que era alérgico, mas mesmo assim Kleber e Hueder o forçaram a ingerir os medicamentos. Thiago morreu horas depois, trancado no chamado “quarto da disciplina”.
O júri começou às 9h da quinta-feira (10/07) e foi encerrado por volta de 1h da madrugada desta sexta-feira (11/07). Kleber Ferraz Albuês foi condenado a 9 anos e 11 meses de reclusão, em regime fechado, além de 12 dias-multa, pelos crimes de homicídio simples, falsidade ideológica e sequestro (art. 121, caput, c/c art. 299, parágrafo único, c/c art. 148, caput, todos do Código Penal). Já Hueder Marcos de Almeida recebeu pena de 1 ano de detenção, em regime aberto, por homicídio culposo (art. 121, §3º, do Código Penal).
O julgamento foi presidido pelo juiz Lawrence Pereira Midon, magistrado cooperador do programa Mais Júri
Fraude processual e demissão
O caso também envolveu tentativa de fraude processual com registro de boletim de ocorrência com informações falsas. Após a morte, o corpo foi ocultado em área de mata na estrada de acesso ao Distrito da Guia. Na época, o corpo do músico foi encontrado às margens de uma rodovia, e, segundo o MP, a cena foi encoberta como se tratasse apenas de um encontro de cadáver, com registro forjado por Kleber.
Em dezembro de 2012, quando a denúncia do MP foi recebida pela Justiça, foi determinada a suspensão de Kleber da função de investigador da Polícia Civil, o que foi cumprido um mês depois.
Ele respondeu a processo administrativo e perdeu definitivamente o cargo em abril de 2014. Kleber chegou a ser readmitido no cargo em dezembro daquele ano, mas, após uma denúncia feita à ouvidoria do Governo do Estado, teve o processo revisto e a demissão mantida em novembro de 2015.
Até junho deste ano, ele estava lotado no gabinete do deputado estadual Júlio Campos (União), e foi exonerado depois que a notícia de que o julgamento estava marcado foi amplamente repercutida, causando mal estar a figura pública do deputado.
Programa Mais Júri
O programa Mais Júri, coordenado pela Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso, tem o objetivo dar prioridade aos julgamentos de crimes dolosos contra a vida e conta com a atuação conjunta da Corregedoria-Geral da Justiça, Presidência do Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública e Central de Processamento Eletrônico (CPE).
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