Filho de Silval processa cinco por falsa notícia de prisão

Veículos noticiaram que cantor Ricardo Barbosa era investigado e que teria sido preso em operação

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO

O cantor sertanejo Ricardo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), ingressou na Justiça com um pedido de explicações contra quatro diretores e um jornalista de sites de notícias voltados à música sertaneja.

O requerimento, que tramita no Juizado Criminal Unificado de Cuiabá, foi motivado pelo fato de os veículos terem noticiado que o cantor havia sido preso na 1ª fase da Operação Sodoma, deflagrada em setembro de 2015.

Na ocasião, a prisão havia sido decretada contra o ex-governador, e não contra o cantor.

O pedido de explicações de Ricardo Barbosa tem como alvos o jornalista do site “Movimento Country”, Andryws Ribas, de São Paulo (SP); o diretor da rádio “Vang 95,5 FM”, Ari José Locatelli, de Xaxim (SC); o diretor do site “Superradio”, Maurício Krintchev, de Suzano (SP); e o diretor da rádio “Metro FM Juína”, de Juína (735 km a Noroeste de Cuiabá).

A interpelação tem o objetivo de colher provas para possíveis ações judiciais nas esferas cível e penal.

Além do ex-governador Silval Barbosa, também foi preso o médico Rodrigo Barbosa, irmão de Ricardo Barbosa, na última fase da Sodoma, em abril passado.

A mãe de Ricardo Barbosa e ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado de Assistência Social (Setas), Roseli Barbosa, também foi presa no ano passado pela Operação Arqueiro, mas solta dias depois.

Tanto Silval quanto Rodrigo são acusados de liderarem supostom esquema que exigiria propina de empresários em troca de incentivos fiscais e manutenção de contratos com o

Foi com um misto de surpresa e choque que o ora peticionante recebeu a notícia, no início do mês de novembro de 2015, que seu nome figurava [...] como supostamente ‘investigado em operação criminal’ e até mesmo ‘na iminência de uma prisão

Estado, na gestão passada.

Já Roseli Barbosa é ré de ações cíveis e penais por supostamente integrar esquema que teria desviado R$ 2,8 milhões da Setas, por meio de convênios fraudulentos firmados em sua gestão.

“Surpresa e choque”

Na ação, Ricardo Barbosa afirmou que, apesar do envolvimento político de seus familiares, ele se dedica exclusivamente à carreira musical e nunca exerceu qualquer cargo público, “tampouco tem ou teve em seu desfavor qualquer acusação ou mesmo inquérito instaurado”.

“Portanto, foi com um misto de surpresa e choque que o ora peticionante recebeu a notícia, no início do mês de novembro de 2015, que seu nome figurava em manchetes de sítios de notícia informativos, dentre os dias 20/10/2015 e 21/10/2015, como supostamente ‘investigado em operação criminal’ e até mesmo ‘na iminência de uma prisão’”, disse ele.

Para o cantor, o fato mais grave ocorreu na notícia divulgada pelo site Movimento Country – posteriormente, reproduzida pelos outros veículos. Na matéria, constava a informação de que ele havia sido preso na operação.

“Com o conhecimento de tais inverídicas e esdrúxulas matérias especulativas, o requerente pretende neste momento interpelar judicialmente os responsáveis por produzir e divulgar tais publicações, para só então, nos termos da lei, estudar as demais providências legais que pretende adotar por medida de justiça”, afirmou.

Segundo o músico, o objetivo da ação não é censurar os veículos que divulgaram uma possível prisão futura contra ele, mas sim questionar a afirmação de que tal prisão já teria sido decretada.

Na ação, Ricardo Barbosa citou o trecho das matérias que falavam de sua ‘prisão”: “O sertanejo teve um mandado de prisão preventiva havia sido (sic) expedido para ele pela Justiça na Operação Sodoma, que investiga crimes de fraudes na concessão de incentivos fiscais”.

“Caso tal divulgação tenha ocorrido fortuitamente ou de maneira acidental, somente será cabível medida civil de reparação, no entanto, se a acenada publicação falsa foi proposital, restará adicionalmente disponível a proposição de ação penal privada”, adiantou.

O juiz Mário Kono, titular do Juizado Especial Criminal, atendeu ao pedido e determinou que o jornalista e os diretores dos veículos de comunicação forneçam explicações sobre a publicação das notícias.

“Portanto, interpele-se conforme requerido, entregando-se aos interpelados cópia da petição inicial. Intimen-se no endereço constante na inicial, advertindo-os de que a recusa em dar as explicações, ou, a critério do Juiz, não sendo estas satisfatórias, a critério do requerente, poderá responder criminalmente pela ofensa”, determinou.

Confira uma das matérias que apontaram a falsa prisão de Ricardo Barbosa:

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