LUCAS RODRIGUES E THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
A ex-secretária de Estado de Cultura e esposa do deputado estadual José Riva, Janete Riva, admitiu que pode ter sido "induzida ao erro" em suposto esquema que teria operado na Assembleia Legislativa.
Ela foi interrogada na ação penal derivada da Operação Imperador. A oitiva ocorreu na Vara Contra o Crime Organizado, no Fórum de Cuiabá, na tarde desta terça-feira (25).
A operação, deflagrada em fevereiro de 2015, apura suposto esquema que teria desviado mais de R$ 62 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa, de 2005 a 2009, por meio de compras de fachada com empresas fornecedoras de materiais do Legislativo.
Eu acredito que, depois de tudo que tenho ouvido, eu possa ter sido induzida ao erro, mas não consciente, não participando da organização
"Toda minha conduta foi de boa fé. Assinei os documentos acreditando que estava cercada de pessoas de confiança. Há um tempo atrás eu diria que essa denúncia era falsa, mas hoje, depois que meu esposo José Riva já confirmou a participação, eu não posso garantir nada".Em seu interrogatório, a ex-secretária disse que agiu de boa-fé quando atuava na Assembleia, mas afirmou que "não garante nada" sobre a veracidade ou não da denúncia.
Janete não descarta veracidade
A ex-secretária contou que sua função era apenas a de conferir a documentação das ordens de pedidos que vinham da secretaria geral para as empresas.
"Quando os produtos chegavam, eu conferia os documentos, via que tava tudo ok, e repassava para a secretaria".
Janete afirmou que, em uma ocasião, até estranhou o valor das mercadorias e admitiu que pode ter sido enganada.
"Era muito alto, até questionei o secretario-geral [Edemar Adams, já falecido] sobre isso, e ele disse que estava tudo certo, eu acreditei. Eu acredito que, depois de tudo que tenho ouvido, eu possa ter sido induzida ao erro, mas não consciente, não participando da organização".
O promotor de Justiça Marcos Bulhões questiona Janete sobre quem era o responsável por fazer a conferência da entrega. "O almoxarifado", respondeu.
Bulhões então perguntou quem era chefe do setor. "Não lembro", disse Janete.
"Eu só conferia as notas, eu confiava no que chegava até a mim", justificou.
A operação
A ação proposta pelo MPE culminou com a prisão de José Riva em fevereiro de 2015. A prisão foi revogada em junho daquele ano.
Segundo o Gaeco, cinco empresas "venderam" mais de 30 mil toners à Assembleia mas, na época dos fatos, o Poder contava com apenas 150 impressoras.
As cinco empresas envolvidas no suposto esquema são: Livropel Comércio e Representações e Serviços Ltda, Hexa Comércio e Serviços de Informática Ltda, Amplo Comércio de Serviços e Representações Ltda, Real Comércio e Serviços Ltda-ME e Servag Representações e Serviços Ltda.
Além de Riva e Janete, foram denunciados servidores públicos e empresários.
São eles: Djalma Ermenegildo, Edson José Menezes, Manoel Theodoro dos Santos, Djan da Luz Clivatti, Elias Abrão Nassarden Junior, Jean Carlo Leite Nassarden, Leonardo Maia Pinheiro, Elias Abrão Nassarden, Tarcila Maria da Silva Guedes, Clarice Pereira Leite Nassarden, Celi Izabel de Jesus, Luzimar Ribeiro Borges e Jeanny Laura Leite Nassarden.
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