JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO
O empresário Walter Dias Magalhães, presidente do Gupo Soy e alvo da Operação Castelo de Areia, contou, em depoimento, que o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima tinha planos para matar a juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.
Segundo Walter Magalhães, a intenção do político em assassinar a magistrada era motivado pelo fato de a mesma estar, em tese, "prejudicando seu negócio”.
No depoimento dado à Polícia Civil, Walter afirmou que, por várias vezes, o ex-vereador afirmou que tentaria matar a magistrada e que inclusive falaria com o detento Sandro Louco, líder do Comando Vermelho da Capital, para concretizar seu plano.
Walter ainda afirmou que João Emanuel disse a ele que a juíza já havia recebido ajuda de seu pai, o juiz aposentado Irênio Lima (também alvo das investigações), e que ela não poderia “estar agindo de tal forma a prejudicar os negócios desempenhados por ele”.
O suspeito ainda relatou que tinha conhecimento de que João Emanuel tinha proximidade da organização criminosa e que, após ser preso no dia 29 de agosto, recebeu um recado do Comando Vermelho, escrito “Salve”.
O empresário entendeu aquilo como um recado, ou seja, que não era para ele falar nada no interrogatório que pudesse prejudicar o ex-vereador.
"Castelo de Areia"
A operação Castelo de Areia foi deflagrada no dia 26 de Agosto pela Polícia Civil, que apura crimes de estelionato supostamente praticados pela empresa Soy Group em todo o Estado. O prejuízo ultrapassa R$ 50 milhões.
Entre os alvos está o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima, apontado como líder do esquema.
Foram presos também pela suspeita de participação no esquema: Shirlei Aparecida Matsuoka, sócia majoritária da empresa; Walter Dias Magalhães Júnior (marido de Shirlei), presidente do Grupo Soy; Evandro Goulart, diretor financeiro do grupo; e o empresário Marcelo de Melo Costa, suposto "lobista" do esquema.
As vítimas eram pessoas com poder aquisitivo alto, como produtores rurais, empreiteiros e empresários.
"Falso chinês"
Em um dos golpes, segundo o delegado Luiz Henrique Damasceno da Delegacia Regional de Cuiabá, uma vítima afirmou que o vice-presidente da empresa Soy Group, o advogado João Emanuel, teria utilizado um falso chinês para ludibriá-la em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que, juntas, somam o valor de R$ 50 milhões.
Segundo ele, o próprio João Emanuel era quem traduzia o que o "falso chinês" falava.
“O golpe principal era o oferecimento de juros baixos em condições especiais. Mas no golpe de R$ 50 milhões, por exemplo, era uma empresa de investimento de um grupo chinês, no qual a vítima entraria com esse aporte de R$ 50 milhões, e depois teria o retorno financeiro. Eles utilizaram um falso chinês nesse contexto. O retorno prometido era de R$ 180 milhões. Cerca de 7% ao ano”, pontuou.
Veja o Fac-símile do depoimento de Walter Magalhães:

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