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JUSTIÇA Segunda-feira, 28 de Julho de 2014, 14:39 - A | A

28 de Julho de 2014, 14h:39 - A | A

JUSTIÇA / PRISÃO PREVENTIVA

Juiz nega liberdade ao réu do assassinato de Marchetti

Anastacio Marafon confessou ter matado o ex-secretário de Estado, no dia 07 de julho

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



O juiz Rodrigo Roberto Curvo, que atua em substituição na Comarca de Santo Antônio do Leverger, negou pedido de liberdade provisória ao caseiro Anastácio Marafon.

O caseiro é réu confesso do homicídio cometido contra o ex-secretário de Estado Vilceu Francisco Marchetti e está preso na Cadeia Pública de Capão Grande, em Várzea Grande.

Ele admitiu ter matado a vítima a tiros após descobrir que Marchetti supostamente teria tentado assediar sua esposa que, como ele, trabalhava na Fazenda Marazul, no Pantanal, administrada pelo ex-secretário.

Preso preventivamente desde o dia 8 deste mês, Marafon entrou com um pedido, no dia 16, para responder a acusação de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) em liberdade, pelo menos em caráter provisório.

Todavia, o juiz Rodrigo Curvo entendeu que é inviável a concessão de liberdade provisória, pois além da prisão em flagrante, existem indícios suficientes de que o crime foi cometido pelo caseiro.

“Ao menos pelo que há nos autos até o presente momento, é necessária a manutenção da prisão cautelar como forma de assegurar a ordem pública, quedando-se evidenciada a gravidade concreta do delito pela desproporcionalidade entre a suposta atitude da vítima e a conduta do autuado que, em princípio, agiu de forma a impedir a defesa de Vilceu”, explicou ele.

O magistrado ainda ressaltou que o réu não trouxe nenhum fato novo que pudesse justificar a concessão do benefício. Sendo assim, optou por negar o pedido, em consonância com o parecer do Ministério Público Estadual (MPE).

“Diante do exposto, mantenho a prisão preventiva de Anastacio Marafon (vulgo ‘Tato’), já que presentes os requisitos constantes do art. 312, do Código de Processo Penal e por se mostrarem inadequadas e insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão”, decidiu ele, na última quinta-feira (24).

Investigação é incompleta, diz MPE

O promotor de Justiça Natanael Moltocaro Fiuza, responsável pelo parecer que opinou pela não concessão de liberdade ao caseiro, apontou que o inquérito sobre o assassinato está incompleto.

Ele requisitou que a Polícia Civil realize novas diligências porque, segundo Fiuza, “sequer o laudo de necrópsia e o exame pericial do local do crime foram juntados aos autos”.

O crime

Vilceu Marchetti foi morto na noite do dia 07 de julho, na Fazenda Marazul, localizada na região do Pantanal. A fazenda pertencia a Neri Fulgante e era administrada por Marchetti.

Na ocasião do crime, também estavam na fazenda seus dois netos, de 14 e 9 anos de idade.

Anastácio Marafon já trabalhava para Fulgante há seis anos em outra propriedade e assumiria a administração da Fazenda Marazul. O réu havia chegado ao local há pouco mais de 10 dias, junto com a família.

Ao chegar à sede da fazenda, o ex-secretário teria assediado a esposa do novo administrador, que presenciou a cena, tirou satisfação com a companheira – discussão que teria sido testemunhada pelos netos de Marchetti.

Marafon, então, teria se dirigido armado até o apartamento ocupado por Marchetti na fazenda e entrado em seu quarto.

Após uma breve discussão – ouvida pelo dono da fazenda –, ele teria disparado os tiros contra o administrador e voltado à sua propriedade, atirando a arma no rio durante o percurso.

Leia mais sobre o assunto:

MPE diz que inquérito sobre assassinato é “incompleto”


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