CECÍLIA NOBRE
Da Redação
O juiz substituto da 9ª Vara do Trabalho de Cuiabá, Felipe Augusto Mazzarin do Lago Albuquerque, julgou como improcedente a ação que denunciava suposta prática de assédio moral generalizado no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, por parte da diretora Viviene Lozi Rodrigues. O assédio teria incluído a ex-funcionária Ana Lígia Campos Ramos, que cometeu suicídio duas semanas após formalizar a denúncia.
Na acusação, o Ministério Público do Trabalho (MPT) relata a diretora supostamente realizava atividades antiéticas e descredibilizava falas e ações contra Ana Lígia, que envolviam gordofobia, psicofobia e menosprezo pelo trabalho.
“Quanto à denunciante (Ana Lígia), alega que estava em tratamento psiquiátrico desde 2011, bem como afasta a culpa da diretora pelo seu suicídio, haja vista que o óbito ocorreu 31 dias após o pedido de demissão, bem como que a denunciante enviou mensagem à diretora agradecendo a oportunidade de trabalho recebida”, aponta o MPT.
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Além disso, é apontado que alguns trabalhadores reclamaram sobre Viviene entrar em contato tarde da noite, com demandas de trabalho, que tratava os estagiários aos gritos e que tinha má fama no nicho cultural e artístico, o que prejudicava a formação de equipes e o desenvolvimento dos trabalhos.
No processo são apresentados testemunhos de trabalhadores do Museu que afirmam terem presenciado momentos em que Viviene menospreza o trabalho de estagiários proferindo frases do tipo: “estagiário tem que ser tratado à base de chicote” e “que não tem que ter dó de estagiário”.
Outro ponto apresentado pelas testemunhas é sobre o suposto desprezo em relação a saúde mental de Ana Lígia, por parte de Viviene, alegando que a estagiária “só trabalhava dopada”.
Em um dos relatos, a testemunha afirma que recebeu mensagens de Ana Lígia, na véspera do dia em que tirou a própria vida, dizendo que Viviene estaria lhe mandando áudios cobrando relatórios e quando Ana disse que não havia nada a ser entregue, Viviene teria falado de relatórios antigos que a estagiária informou já ter entregue.
Conforme depoimentos, é apresentado que Ana Lígia também sofria gordofobia, por parte de Viviene. Uma dessas falas, conforme relato, foi a seguinte: “Você come demais, e não se cuida. Se você tivesse uma alimentação saudável e praticasse exercícios, não teria que tomar tanto remédio”.
Segundo a testemunha, a frase foi dita na frente de outras pessoas e que “todos ficaram bastante constrangidos com o teor ofensivo das palavras proferidas”.
Na decisão, o juiz Felipe Augusto Mazzarin do Lago Albuquerque descredibilizou um dos depoimentos apontando que houve animosidade por parte do depoente em relação a Viviene, sendo um dos motivos que fez com que o relato fosse desconsiderado.
Além disso, o juiz apontou que alguns depoimentos relataram a prática de gordofobia e psicofobia, situações que não foram mencionadas pela vítima quando formalizou a denúncia, e que a prova testemunhal produzida em audiência não comprova as situações relatadas.
“Os depoimentos colhidos nos autos, especialmente a convite do requerente, são demasiadamente frágeis na especificação de condutas supostamente assediadoras pela sra. Viviene, mencionando tão somente situações genéricas que não permitem ao Juízo formar convicção quanto à configuração do assédio organizacional no ambiente de trabalho”, avaliou o magistrado.
Diante disso, Mazzarin julgou o pedido de prática de assédio organizacional como improcedente.
Afastada do cargo
Em abril de 2023, o Ministério Público do Trabalho pediu que Viviene fosse afastada do cargo pela suposta prática de assédio moral.
Na época, o MPT apontava na ação que recebeu uma denúncia anônima de que uma das funcionárias do museu "recebia ameaças da diretora, era pressionada a realizar atividades antiéticas e, apesar de ser a única pessoa qualificada (formação em museologia), sentia-se descredibilizada pelas falas e ações da Sra. Viviene".
Após a morte de Ana Lígia, o MPT instaurou inquérito para para apurar se a conduta da diretora contribuiu para o suicídio da funcionária, além de verificar a possível ocorrência de assédio moral dentro do museu.
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Cleusa Lozi 17/04/2024
Sou mãe da Viviene Lozi e digo que a justiça divina nunca falha, ela sempre age no momento certo goste você ou não. Deus não espera pra fazer justiça, ele faz neste plano. Acalmem os corações e não destile ódio, busque ajuda para aceitar e não repassar para os outros problemas que não conseguem resolver. Por a culpa no outro sempre será mais confortante. Minha filha é uma grande mulher batalhadora, uma pessoa maravilhosa, humana e caridosa, irmã mais velha de três mulheres. Uma Profissional dedicada, capacitada, líder e mãe de dois netos meus de 20 e de 8 anos. Uma pena que algumas pessoas só ficaram sabendo dela por gente bem abalada emocionalmente e não a conheceram. Estou acompanhando tudo e por dentro de todo o processo e sei dos problemas existentes da falecida desde a adolescência como automedicação, depressão grave e síndromes, já pré existentes antes mesmo de prestar serviço no museu que fora omitido para todos. A falecida era uma mulher de 30 anos já adulta e a culpa não é de ninguém. Viviene estudou nas melhores universidades de São Paulo, Portugal e Rio de Janeiro. Uma profissional com 20 anos de carreira na educação e cultura. Tem especializações em planejamento e gestão cultural / Curadoria e Gestão do e Acervo de Arte/ Pericia e conservadora de obra de Arte, além de estar finalizando mestrado em museologia e patrimônio pela UNIRIO. Como Sandra descreveu veja o lattes dela. Ela estuda muito, sempre batalhou e continua. Tudo que conquistou foi por conta própria, por seu próprio mérito e competência.
Fernando Silva 15/04/2024
Fui estagiária no museu um dos lugares mais incríveis que trabalhei, além de ser um lugar onde a nossa criatividade é estimulada o tempo todo. Mesmo não tendo muito contato com Viviene, sempre fui tratada muito bem por ela. Além disso, realizei duas formações com ela, é muito conhecimento o que ela tem sobre Museus. Deu uma aula sobre mediação, museu e educação patrimonial. Esse pessoal sem noção.
NELMA DE CASSIA DA SILVA CAMPOS RAMOS 15/04/2024
COM AS MAOS TREMULAS, VENHO ESCREVER NESTE ESPAÇO LENDO INFELIZES COMENTARIOS, SOU A MAE DA ANA LIGIA, QUE HOJE JA NAO ESTA MAIS PROXIMA A MIM, MAS ERA PESSOA DE BOA INDOLE, EDUCACAO, DEVIDAMENTE GRADUADA NA MELHOR UNIVERSIDADE DO BRASIL, COMO RESTAURADORA PATRIMONIAL E MUSEOLOGIA, EU FUI TESTEMUNHA DO QUE A VIVIENE FEZ COM A MINHA FILHA, ENTAO PREZADOS ANTES DE PRONUNCIAR SUAS RIDICULAS OPINIOES, AS ABOMINO, CALEM-SE. FOI UMA VIDA SE NAO FOI REPARADO NA LEI DOS HOMENS, DEUS EXISTE NA LEI DIVIDA HA JUSTICA.
Sandra Scavasini 15/04/2024
Trabalhei nesse museu por mais de 10 anos, Viviene é uma educadora nata, competente, estudiosa, gentil, educada e humilde. Sou muito grata por ter me ensinado sobre conservação e gestão de acervo, Ela tem um currículo impecável e invejável por muitos, só buscar no lattes. O museu que ela adm é o melhor em Cuiabá tem muita gente de olho gordo e querendo está no lugar dela. Estive na audiência e vi as testemunhas contra, as conheço muito bem. Gente maldosa, mentirosa, sem escrúpulos que são capazes de fazer armações entre os depoentes para derrubar funcionários, eu sou uma prova disso, combinaram depoimentos, além de mentirem em juízo e ainda de criar grupo de WhatsApp “ chamado anônimos do mas” p denegrir colegas de trabalho, armar para tirar cargo de colegas e denegrir a diretora, isso não consta aí “conluio “entre as testemunhas contra, as matérias não falam e nem o povo sabe quem são essas testemunhas de acusação. Com a graça de Deus deu tudo certo... Viviene não deixe por isso mesmo...conte comigo, afinal também fui vítima da maldade deste grupo...
Gustavo Maciel 15/04/2024
O caso, destaca profundamente as complexidades e os desafios do sistema judiciário em lidar com acusações de assédio moral infundadas. A recente decisão do juiz que julgou a ação como improcedente ilumina uma questão preocupante: a facilidade com que alegações podem ser feitas sem o suporte de provas concretas e robustas. Este cenário não só expõe pessoas a injustiças baseadas em mentiras, mas também sublinha a importância da integridade e do rigor no processo judicial. A decisão do juiz ressalta a necessidade crítica de discernimento e justiça, evitando que carreiras sejam injustamente prejudicadas por acusações infundadas. Esse episódio reforça a importância de uma abordagem mais meticulosa e justa nas avaliações judiciais, garantindo que a verdade prevaleça sobre o sensacionalismo e a precipitação em julgamentos pela mídia e populares.
Jonas Vicente 15/04/2024
E agora? Eu processava. batera na mulher, mentira pro ministélerio público e para a justiça do trabalho e não vai acontecer nada com esse povo? Devia dar cadeia. Digo sempre que malandragem tá solta por aí, Deus nos proteja dos maldosos.
Paula Soares 15/04/2024
Já atuei na vara do Trabalho. É crucial abordar questões de saúde mental com responsabilidade e evitar atribuir os desdobramentos de um tratamento inadequado a terceiros. Acusar pessoas sem justa causa, baseando-se apenas em injúrias e sem provas concretas, é totalmente inaceitável. Da mesma forma, é impróprio condenar alguém com base em argumentos falaciosos e sem um processo judicial justo. Frequentemente, decisões judiciais que resultam em improcedência se devem à presença de mentiras e contradições evidenciadas durante o julgamento. Além disso, é alarmante observar em vários ambientes de trabalho pessoas que não reconhecem o que caracteriza assédio moral, recorrendo a essas falsas alegações para prejudicar os outros.
Maria betania Bezerra de Oliveira 15/04/2024
Na prefeitura parece que escolhem muito mal os funcionários em muitos orgaos os diretores cordenadores se acham dono do orgao puxam um saco prejudicam os outtos nao trabalham nao consegue nem informar o que e como quer determinada atividade sao estupidos. Passei por uma situação em que a diretora era mal carater perseguia todo mundo colecionava BO e a prefeitura tomava partido da dela inclusive tinha decisoes judiciais a ser cumpridas ela desrespeitava. A impressão que tenho que para sobreviver nesses orgaos temos q ser criminosos.
Roberto Mascari 15/04/2024
A gente vê todo dia o povo inventando coisas para prejudicar os outros e pegar um dinheirinho pra não trabalhar a mentira tem perna curta Devia condenar a testemunha a pagar indenização.
Marta Maria da Silva 14/04/2024
Com todos esses relatos ainda diz que não ouve provas suficientes?! Misericórdia. Só pode ser parente da ré, não tem outra explicação.
10 comentários