LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, se declarou suspeito para julgar a denúncia contra o ex-assessor do juiz Geraldo Fidelis, Pitágoras Pinto de Arruda, preso desde o dia 25 de abril por conta da Operação Regressus.
A decisão foi dada na segunda-feira (22). A operação apura esquema de fraudes em processos de progressão de regime de presos, lavagem de dinheiro e desvio de recursos judiciais.
Além de Pitágoras, também foram presos o ex-golpista Marcelo Nascimento da Rocha, conhecido por "Marcelo Vip", e Márcio Batista da Silva, o "Dinho Porquinho".
Ao se declarar suspeito, o juiz Jorge Tadeu explicou que Pitágoras foi assessor do juiz Geraldo Fidelis, da Vara de Execuções Penais, unidade na qual ele também atuou de 2015 até o dia 16 de abril deste ano, antes de ser designado para a 7ª Vara Criminal.
“Desta forma, considerando que alertei o colega Geraldo Fernandes Fidelis acerca da possível conduta irregular do acusado do processo, conforme declaração do próprio colega (fls. 190), dou-me por suspeito e determino a remessa do feito ao próximo Magistrado tabelar, nos termos do art. 254, inciso IV, do Código de Processo Penal”, decidiu.
O ex-assessor Pitágoras Arruda, alvo de denúncia
Com a suspeição, a denúncia deverá ser remetida ao juiz Marcos Faleiros, que terá a tarefa de decidir se recebe ou rejeita a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra Pitágoras Arruda.
Operação Regressus
Conforme as investigações, o servidor desviou cerca de R$ 26 mil do dinheiro que seria para pagar por exames psiquiátricos, destinando a uma conta no nome da mãe dele.
Os exames custam R$ 2 mil e, segundo a Polícia, ele cobrava R$ 6 mil, ficando com a diferença.
Para cometer os desvios, ele teria usado a senha pessoal do juiz Geraldo Fidelis. O magistrado fornecia a senha a servidores de confiança para trabalhos menores, em razão da carga elevada de processos.
Na audiência de custódia, o ex-assessor de Fidelis confessou o desvio de valores e alegou possuir problemas psiquiátricos.
Porém, ele nega participação no esquema de venda de progressão de pena.
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