LUCAS RODRIGUES E JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO
O juiz Marcos Faleiros, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, suspendeu a ação penal contra cinco acusados de participar do episódio que culminou na morte do soldado bombeiro Rodrigo Claro, durante um treinamento da corporação em novembro de 2016.
A decisão foi dada na tarde desta sexta-feira (26), durante a audiência do caso. A proposta de transação penal foi oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Com a determinação, apenas a tenente Izadora Ledur, considerada a principal responsável pela morte do aluno, continua a responder ao processo.
Foram beneficiados pelo acordo os bombeiros Marcelo Augusto Revéles Carvalho, Thales Emmanuel da Silva Pereira, Diones Nunes Siqueira, Francisco Alves de Barros e Enéas de Oliveira Xavier.
Pelo acordo, a ação ficará suspensa por três anos desde que eles cumpram alguns requisitos exigidos pelo MPE, como não se ausentar da comarca por 30 dias, sem autorização judicial; comparecimento pessoal mensalmente em juízo; comprovação da freqüência de 50 horas-aula em curso de Diretos Humanos e proibição de que participem de qualquer banca de exame ou treinamento nas corporações a que pertençam.
Gilberto Leite/RDNEWS
A tenente Izadora Ledur, única que continua como ré
Caso cumpram todas as exigências, após o prazo de três anos a ação contra os cinco será extinta. Na hipótese de não cumprimento, voltam a ser réus.
Entenda o caso
Rodrigo Claro morreu no dia 15 de novembro de 2016, após supostamente passar por uma sessão de afogamento, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
Ele chegou a ser levado para o Hospital Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por cinco dias.
Em depoimento, colegas de curso de Rodrigo informaram que ele vinha sendo submetido a diversos "caldos", e que chegou a reclamar de dores de cabeça e exaustão.
Ainda assim, ele teria sido obrigado a continuar na aula pela tenente, que na época era responsável pelos treinamentos dos novos soldados.
A tenente foi afastada da corporação logo após a morte de Rodrigo.
Na época, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Júlio Cézar Rodrigues, disse que essa não era a primeira vez que a ofiial era investigada por cometer excessos nos treinamentos.
Na primeira vez, ela foi acusada - em uma denúncia anônima ao Ministério Público Estadual (MPE) - de fazer pressão psicológica em alunos, durante os treinos do 15º Curso de Formação dos Bombeiros.
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